A pergunta clássica da filosofia, comum ou técnica, sempre está circulando na nossa mente: “quem sou, de onde vim, para onde vou”. A primeira pergunta o filósofo Sócrates coloca como uma incógnita da qual temos que descobrir: “conhece-te a ti mesmo”. A segunda pergunta, em termos mais gerais de origem da vida e não origem do indivíduo, recebe da ciência uma tentativa de resposta. Explica que tudo começou a partir de uma grande explosão (Big-Bang) cósmica que iniciou a criação e a expansão do universo, fato que acontece até hoje.
As religiões também tentam explicar essa nossa origem cósmica. Dentre elas existe a hipótese de um Deus: Criador, Incriado e Eterno. Dotado de sabedoria máxima, inalcançável por nossos recursos cognitivos, se expressa na Natureza, quer seja ou não alcançável por nossos órgãos dos sentidos ou capacidade imaginativa.
Mesmo sabendo de minhas limitações cognitivas, me atrevo a raciocinar sobre essa origem e tenho que aceitar a lógica da Ciência ao apontar para o Big-Bang. Por outro lado, tenho que aceitar a lógica das religiões de que se existe um efeito é por que existiu uma causa. E se o efeito foi o Big-Bang, a causa tem que ser encontrada. Como a Ciência emudece nesse ponto, sou obrigado a aceitar a hipótese das religiões que dizem ter sido obra de Deus, qualquer que seja o formato que as religiões o aceitem.
Portanto, a inteligência matemática que criou o universo conhecido e possíveis universos desconhecidos, aceito com o nome de Deus. Se a Ciência designa essa causa com o nome de acaso, eu não me incomodo, simplesmente entendo como sinônimo. Peço apenas licença para colocar dentro dEsse acaso que considero Deus, seus atributos de inteligência e sabedoria máxima, que irradia a energia mais poderosa, sublime e sutil de todos os universos, a energia do Amor.
Essa forma de eu encarar o Acaso, destoa da forma que muitos colegas da academia encara o acaso, algo sem sentido, sem inteligência, sabedoria ou qualquer atributo nobre. Portanto, se esse acaso foi o criador de sua existência enquanto ser humano, não tem nenhum dever de reconhecimento por esse ato. Enquanto o Acaso/Deus que entendo ser responsável por minha criação, tenho com Ele toda uma responsabilidade de filho para Pai e procuro conhecer a Sua vontade e realiza-la, como fazemos com os pais biológicos.
Posso ser visto por esses colega de forma irônica, por acreditar num Pai transcendental reverenciado por uma corte de espíritos, encarnados e desencarnados. Não sei porque, deveria me considerar humilhado por ser assim considerado, um coitado que se tornou encantado por estórias da carochinha, mas, pelo contrário, sinto-me tão seguro, mesmo órfão de pai biológico! Sinto que tenho um Pai presente a cada momento, sábio e bondoso, que deseja o meu crescimento evolutivo para chegar próximo dEle.