Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
25/06/2016 23h59
CARTA AO PASTOR

            Caro Francisco.

            Gostei muito da sua eleição para substituir o representante do Cristo na Terra, e mais ainda quando assumiu o nome de Francisco, que foi o mesmo que minha mãe me deu como agradecimento do santo ter salvo a minha vida e a dela durante o trabalho do parto.

Assim você se torna o Pastor da humanidade, autoridade máxima, mais próxima de nós, almas materializadas, para cumprir a vontade de Deus e nos ensinar como fazer.

            Escrevo na condição de uma das suas ovelhas, ávida por aprender e temerosa para não me perder.

            Já ouvi as lições do Cristo e entendi que devo fazer a vontade do Pai, da forma que Ele coloca em minha consciência, pois é lá que se encontra a Sua lei.

            Por causa disso, divino Pastor, assumi atitudes individuais e coletivas de forma temerosa. Assumi o Amor Incondicional em meus diversos relacionamentos, principalmente os íntimos. Assim, transformei a exclusividade do amor romântico na inclusividade do Amor universal, quebrei a milenar e tradicional família nuclear para a utópica família ampliar que busca a construção da família universal e criar assim o Reino de Deus. Assumi também ações coletivas, tanto no âmbito familiar ampliado quanto no comunitário, ações que exigem um esforço maior da minha parte, e que talvez estejam acima de minhas forças, da persistência e da insistência.

            Chega muitas vezes na consciência o medo de ter adotado um caminho errado, de que não estou fazendo a vontade do Pai, e sim, estou indo em busca dos meus prazeres corporais. Este é o motivo dessa missiva, fazer esse apelo ao bom senso do meu Bom Pastor, para que ele me leve ao redil de onde eu talvez tenha me afastado.

            Mas, se por acaso o caminho que trilho é coerente com a Lei do Amor, que estou indo em direção ao Pai, que estou dentro do redil, que Ele me abençoe, que reze ao Pai para me dar forças e sabedoria para continuar na trilha.

            Não irei endereçar esta carta ao Vaticano, pois não tenho certeza se ela será considerada, se não será vista apenas como um sonho imaginário, de alguém que não tem o senso do ridículo.

            Por isso deixarei esta carta apenas na rede, na net, como uma forma de balido como tantos que são dispostos ao vento. Com certeza o Bom Pastor irá ouvir o balido das ovelhas mais necessitadas de orientação para o retorno ao redil. Certamente ele irá me ouvir e atender com prioridade se perceber que eu estou perdido.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/06/2016 às 23h59