No processo da evolução o despertar da consciência é o pano de fundo por onde a compreensão da realidade de si mesmo, os objetivos da existência corporal e as ações são realizadas para o implemento movimento ascensional do espírito.
O autoconhecimento é importante para se ter a dimensão do desafio a ser vencido com esforço tenaz, identificando os recursos intelecto-morais e também os prejuízos comportamentais que já foram ultrapassados, como vícios (drogas, sexo, etc.) ou paixões primitivas.
Com o autoconhecimento a pessoa reconhece as ricas possibilidades que possui para o avanço evolutivo, tem a ampliação do discernimento, e aumenta as opções para a libertação dos atavismos perniciosos. Mas, o estímulo para o avanço ocorre mesmo com sacrifícios. Isso significa que irá ocorrer sofrimento, infelizmente muitos não querem se submeter a esse tipo de sofrimento que leva ao movimento ascensional, preferem ficar na roda viva, do sofrimento em busca do prazer supérfluo e passageiro, que não dignifica.
É preciso que haja um esforço tenaz, como um desafio a ser vencido em busca do autoconhecimento. É preciso que haja a identificação dos recursos intelectuais e morais que todos nós possuímos, que saibamos dos prejuízos que o nosso comportamento nos trouxe, como os vícios na forma do uso de drogas, do sexo, da alimentação descontrolada, das paixões primitivas, pois só assim podemos fazer o enfrentamento.
Conhecer os nossos limites íntimos é fundamental, saber das nossas ricas possibilidades de desenvolver o bem, da ampliação do discernimento sobre o que é certo ou errado, sobre o bem e o mal. Isso contribuirá para aumentar nossas possibilidades de libertação dos atavismos perniciosos. Essas condições irão servir de motivação para o avanço em nossa evolução, mesmo que isso implique em sacrifícios, em sofrimento, mas já sabemos que o sofrimento é uma das principais formas de evoluirmos.
De posse desses recursos psicológicos, já podemos fazer uma avaliação diagnóstica mais coerente de nossos caminhos e possibilidades, observar com mais clareza quais são os obstáculos impeditivos ao crescimento íntimo. Então, investir com coragem e decisão a fim de extirpar a inferioridade que produz sensação de prazer, mas que gera infortúnio, tormento, insatisfação, ansiedade... um sofrimento sem valor edificante.
A depuração dos resíduos enfermiços implica numa harmonização dos chakras energéticos, alterados pelas fixações perversas, sentimentos servis, e choques de brutalidade. Assim fazendo surgem as condições do idealismo purificador, com emoções sutis, novos contingentes mentais, e esperança nas virtudes.
Em todo esse processo está presente a seiva do amor, que enfrenta a energia vigorosa no corpo, como o instinto de posse, uso do prazer egoísta, sensação impetuosa e satisfação dos instintos. Faz a sublimação na conquista da luz, com lucidez, o despertar da consciência e a aquisição do vai-e-vem, como gozo-cansaço, prazer-arrependimento... um tormento incessante.
O avanço iluminativo que se conquista nos leva a insatisfações sistemáticas e abre a possibilidade para outras formas de bem-estar, como amizade, serviço fraternal e interesse comunitário.
A reencarnação é outra possibilidade de avanço iluminativo, pois traz o impulso de crescimento espiritual após o cansaço das perturbações, com a vivência de diversos princípios morais e as transmutações pessoais.
Podemos assim, observar para o amor em seus três estágios: o inicial, é a transmutação pessoal; o medial, que robustece os impulsos de elevação, se espraia sem exigências, é todo doação, e exala um perfume no ar de origem desconhecida; na fase superior, o amor leva a paz íntima, não necessita de retribuição, não se entorpece pelas chuvas de ingratidão, é enternecedor, agente anônimo da felicidade dos outros, rico de harmonia, e promove emoções transcendentais que dispensam o contato físico, a presença, a relação interpessoal.
Finalmente, o amor mostra o seu poder criador nas obras humanitárias, nos impulsos ideológicos, alenta o indivíduo e amadurece a psique, acalma e dulcifica, é equânime e libera dos instintos, tem origem com Deus e inicia em nós com o auto-amor.