O Rio Grande do Norte, a começar da sua capital, Natal, sofre ataque de feras. Uma cidade de forte inspiração cristã, que tem no nome a lembrança do nascimento do Mestre, que tem como marco de defesa e de colonização um forte chamado de Reis Magos, que também remete ao nascimento do Cristo. Portanto, ao se falar em ataques de feras por essas bandas, queimando e trucidando cristãos, lembramos logo daquela época do império romano e da nascente religião cristã. Naquele tempo os cristãos eram identificados, presos, e sem julgamento iam para o circo, amarrados em postes para serem queimados vivos ou deixados como repastos para as feras, geralmente leões, os devorarem, também vivos, alguns chorando, outros cantando...
Pois bem, os ataques sistemáticos que sofremos aqui no Rio Grande do Norte traz uma certa lembrança daqueles episódios do primeiro século do cristianismo. Com algumas diferenças, é claro, afinal o processo evolutivo muda até a interpretação das letras dos livros sagrados. Hoje o protagonismo das feras não são com leões ou qualquer tipo de felino. Hoje as feras são as próprias pessoas, muitas delas que se dizem até cristãs, mas que atuam com o instinto das feras e procuram destruir todos aqueles que possam estar, indiferentemente, ao seu lado, independente de fé religiosa. Agora o que prevalece é a “fé” material, da aquisição de bens, mesmo que sejam roubados, mesmo que seja necessário assassinar os seus proprietários.
E como será nosso comportamento? Vamos nos deixar ser imolados por essas feras de aparência humana? Construímos as instituições para nos defender, como a justiça, a polícia, mas por outro lado colocamos os “direitos humanos” em defesa das feras. Construímos para elas uma série de direitos e exigimos dos nossos defensores uma série de deveres. Nada mais paradoxal, deixamos livres as feras e prendemos nossos defensores. Eis a conclusão que chegamos no nosso estado... os cidadãos acuados dentro de suas casas, com medo de ir e vir, e as feras soltas, matando e incendiando...
As feras estão soltas... e nós estamos presos!