Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
15/08/2016 21h30
CIDADÃO DO MUNDO

            Já discuti neste espaço que tenho dupla cidadania, ao me considerar cidadão do mundo material e também do mundo espiritual. Sei que a minha existência real, onde irei passar mais tempo e planejar como prosseguir na vida com felicidade em direção a um objetivo cada vez mais luminoso, é na dimensão espiritual. Esta dimensão material, cheio de ilusões, de enganos dentro do raciocínio que nos leva ao apego daquilo que um dia não mais irá existir, como bens materiais, por exemplo, é apenas um campo de estágio para o espírito, verdadeiro habitante da eternidade; aprender aquilo que necessita para sua evolução.

            Agora, dentro do mundo material eu posso estar cometendo um equívoco, não sei bem. As colocações de Marcelo Peruzzo, um agente motivador com muitos vídeos na net, me fizeram entrar nesta reflexão.

            Nunca tive grandes pretensões de sair do Brasil, nem mesmo a passeio. Acredito que eu possa desenvolver todo o meu potencial dentro do Brasil, principalmente dentro do Rio Grande do Norte, especialmente dentro de Natal. Desenvolvo uma série de trabalhos, de projetos, todos dentro dos limites de Natal. Mesmo que haja possibilidade desses trabalhos que faço se projetarem para além das fronteiras, não guardo nenhuma pretensão de sair da minha cidade em busca de oportunidades que qualquer trabalho que eu realize proporcione. Não quero dizer que esta forma de pensar e agir seja um modelo para todos. Claro, existem casos que eu até advogo que a pessoa deveria ter saído de seu país em busca de oportunidades melhores em outras nações. Mas esta é uma perspectiva dessa determinada pessoa, e cada um tem as suas aspirações de ir para qualquer lugar do mundo com a intenção inclusive de morar onde aportar.

            Marcelo Peruzzo se coloca bem em qualquer lugar onde esteja no planeta e defende que todos tenham essa mesma perspectiva. Eu acredito que também me sinta bem em qualquer lugar que eu chegar, não tenho uma âncora emocional fincada em nenhum lugar. Posso me adaptar com a cultura e com o comportamento de qualquer comunidade que eu venha a me integrar. Então eu posso me considerar um cidadão do mundo também, nesse sentido. Agora faço opção e desenvolver todo meu potencial na cidade onde moro atualmente, onde já vivi a maior parte do minha atual existência material. Quero aprofundar todo meu potencial nos trabalhos que minha consciência considera como importantes, ligados à vontade do Pai. Nesse sentido, tenho um direcionamento consciencial diferente de Marcelo Peruzzo e que aparentemente é mais limitado. Quem olha da perspectiva material, que me ver sempre fincado em uma só cidade, e compara com Marcelo Peruzzo, que está sempre em deslocamento ao redor do mundo, imagina logo que eu seja o mais parado e sem tantas perspectivas quanto Marcelo. Acontece que o meu foco está direcionado para a dimensão espiritual onde a vida real se processa, e que as formas materiais não tem prioridade. Para fazer essa viagem em direção ao mundo espiritual, tenho que trabalhar aqui os valores espirituais, eu tenho uma dimensão a mais a considerar no meu projeto de vida, e uma dimensão muito maior que esta material. Portanto, aparentemente podem me ver como o mais parado, mas da perspectiva global, da vida real, sou eu quem está desenvolvendo com mais eficácia a cidadania no mundo.

            Apenas uma questão fica a defender os materialistas, que só acreditam nas ilusões das formas e não conseguem imaginar ou aceitar a existência do mundo espiritual, pois está além dos nossos sentidos biológicos. Dizem que o foco da minha existência está fora da realidade que eles imaginam ser única, enquanto a minha perspectiva de mundo, acima do deles, não conseguem aceitar.

            Este é o dilema materialista x espiritualista, a dupla cidadania e a cidadania no mundo, comparando o comportamento bairrista x universalista. Podemos considerar uma ação local com efeito universal e uma ação mundial com efeito localizado, tudo dependendo da fé, em que direção ela está nos levando, para a perspectiva fugaz do mundo materialista ou da eternidade do mundo espiritual.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 15/08/2016 às 21h30