Escuta, Francisco, os mandamentos da vida. Meditas a fim de que aprendas a prudência. Donde vens, Francisco, donde vens que te encontra em terra inimiga, cheia de crimes, e abandono da minha vontade? Aprende onde se acha a prudência, a força e a inteligência, a fim de que saibas, ao mesmo tempo, onde se encontram a vida longa e a felicidade, o fulgor dos olhos e a paz.
Quem jamais encontrou sua mora e penetrou em seus domínios? Onde estão os chefes das nações que domavam os animais da terra, e brincavam com as aves do céu, que entesouravam prata e ouro, em quem os homens confiavam, e cujos bens eram inesgotáveis? Nada resta de suas obras. Desapareceram, desceram à habitação dos mortos, e outros subiram ao lugar deles; os mais jovens viram o dia e habitaram a terra; não descobriram, porém, o caminho da sabedoria, nem conheceram a senda que a ela conduz. Também seus filhos não a alcançaram e longe permaneceram de seu caminho.
Deles não se ouviu falar do Reino de Deus, nem seguiram as lições do “meu Filho”. Mesmo os membros do Templo, à procura de prudência terrestre, e os negociantes do ferro e da fala, os amigos de provérbios e os desejosos de prudência, não puderam conhecer o caminho da sabedoria, nem dela obter informações sobre sua pista.
Ó Francisco! Quão imensa é a minha Casa; como é vasta a extensão dos meus domínios! Sim, é vasta, imensa, ampla, ilimitada. Aqui nasceram os famosos gigantes antigos, de estatura imensa e alma de guerreiros. Não os escolhi, nem lhes mostrei o caminho da sabedoria. E por falta de sagacidade pereceram, vítimas da própria estultícia.
Quem escalou o céu, a fim de procurar a sabedoria, e a trouxe para baixo das nuvens? Quem atravessou o mar para encontrá-la, e a adquiriu, ao preço do ouro mais puro? Ninguém conhece o caminho que a ela conduz, nem sabe a pista que lá o possa levar. Somente aquele que tudo sabe a conhece, e por efeito de Sua prudência à descobre; aquele que criou a Terra para tempos que não findam; aquele que de animais a povoou; aquele que lança o relâmpago e o faz brilhar, que o chama e ele, bramindo, obedece.
Brilham as estrelas em seus postos e se alegram; Eu as chamo, e respondem: “aqui estamos”. E jubilosas refulgem para o seu Criador. Eu sou o vosso Deus e comigo nenhum outro se compara. Conheço a fundo os caminhos que conduzem à sabedoria, galardoei com ela Salomão, Jesus e seus discípulos. Foi então que ela apareceu sobre a Terra, onde permanece entre os homens.
Ela é o livro dos mandamentos divinos e a Lei que subsiste para todo o sempre. Todos aqueles que a seguem adquirirão a vida, e os que a abandonam ou não a alcançam, morrerão. Vem para ela, abraça-a. caminha ao seu encontro, ao esplendor da sua luz. Participes com outros desta glória, e estendes esta salvação à nação inteira.
Ditosos são todos, Francisco, que dentro da consciência percebem o que foi revelado e que agrada a Mim!
Este relato, tirado de Baruc, 3:9-38; e 4:1-4, com algumas adaptações, das minhas leituras diárias e sequenciais, foi sentido por mim que era a transmissão das intuições divinas passadas aos profetas do passado e registradas na Bíblia, como a resposta material do Pai aos meus constantes pedidos de sabedoria. Esse é o procedimento que o Pai usa, com a sua inesgotável sabedoria, de se comunicar com toda a sua criação inteligente, através de recursos que podem seguir um roteiro de séculos até atingir os seus objetivos, de clarear o discernimento de Seus filhos que procuram fazer Sua vontade e que permanecem mergulhados em dúvidas, vícios e defeitos.
Fiquei satisfeito com a resposta, pois apesar de não me considerar portador da sabedoria que Salomão e o próprio Jesus apresentavam, sinto que estou bem orientado na trilha que estou seguindo e que foi ensinada pelo Mestre, de aplicar o Amor Incondicional em todas as circunstâncias da vida, mesmo que para isso eu aparente ser a causa de sofrimentos individuais, pois o objetivo está no coletivo que é o interesse maior do Pai. Esta sabedoria de um dia alcançar a harmonia geral num amplo relacionamento que leva à família universal, é um objetivo que está colocado à frente do caminho.