Como era esperado, o casamento do meu filho primogênito foi realizado com as defecções esperadas e inesperadas das pessoas mais ligadas a mim. O choque do amor romântico com o amor universal, ainda deixa prevalecer a força do primeiro, mesmo que todos sejam alunos do Mestre Jesus que defendia o amor universal, incondicional.
Ele mesmo, meu filho, estava se casando dentro dos paradigmas do amor romântico, reforçado com a fala do padre que defendia a fidelidade do amor exclusivo numa perspectiva de eternidade. Não consideravam nenhum deles, que a perspectiva eterna do amor só existe quando ele e formado dentro dos critérios da incondicionalidade, pois caso contrário, os primeiros conflitos podem ser desastrosos. Quando ele, o amor, é condicionado a qualquer coisa, não merece nem o nome de amor, pois se a condição não existir, o amor não existirá. Pode ser assim? O amor que é considerado a maior força existente no Universo, identificado com o próprio Deus, só ter existência se alguma condição existir? De forma nenhuma, Ele existe independentemente de qualquer condição.
Por outro lado, fico preocupado. Então, naquela capela só existia pessoas que amavam de forma condicional, e portanto não era o amor real? Só eu procurava desenvolver esse amor sem necessidade de condições? Não poderei estar enganado? Este não é um pensamento pretencioso, egoísta? O que prova que estou certo? Será o fato de que não desenvolvo cargas negativas dentro do meu coração pelo erros que cometeram e cometem com relação a mim? Pois eu vi diversos rostos dos quais poderia nutrir raiva, e assim não faço, procuro desenvolver o amor apesar dos conflitos. Também não vi diversos rostos que poderiam estar ali, desenvolvendo a família universal, o meu plano de vida, mas não estavam, e mesmo assim não guardei ressentimentos e a tudo procuro encontrar justificativas.
Essa é a prova que posso mostrar da minha qualidade de amar incondicional, não coloco na frente a condição da pessoa agir pelo menos da mesma forma comigo, como eu agi com ela, procuro ser até um pouco solidário com a forma dessa pessoa sentir e agir. Essa forma de empatia com sentimentos exclusivos dos quais eu não compactuo, chagou ao ápice no momento que meu filhos jurava uma fidelidade ao amor exclusivo, repetindo as palavras que o padre ditava. A emoção tomou conta do seu psiquismo, as palavras ficaram bloqueadas na boca e as lágrimas jorraram em profusão. Todos na capela perceberam e aquilo serviu de ironia para alguns amigos e de uma coisa bonita para outros, principalmente as mulheres, que são mais sentimentais. Felizmente ninguém percebeu que dos meus olhos também jorravam lágrimas solidárias ao sentimento dele, mesmo eu sabendo que a qualidade do meu amor é diferente, é inclusiva, e que minha fidelidade está dirigida à vontade do Pai e a nenhuma das minhas amantes e similares.