Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/08/2016 18h38
REFLETINDO A FAMÍLIA – SÍNODO 6

            “Uma das maiores pobrezas da cultura atual é a solidão, fruto da ausência de Deus na vida das pessoas e da fragilidade das relações. Existe também uma sensação geral de impotência em relação a realidade socioeconômica que, muitas vezes, acaba por esmagar as famílias. Isso sucede pela crescente pobreza e precariedade do trabalho, por vezes vivida como um verdadeiro pesadelo, ou por uma fiscalidade por demais pesada, que certamente não encoraja os jovens ao matrimônio. Não raramente, as famílias sentem-se abandonadas pelo desinteresse e pouca atenção por parte das instituições. As consequências negativas do ponto de vista da organização social são evidentes: da crise demográfica às dificuldades educativas, da fadiga de acolher a vida nascente ao sentir a presença dos anciãos como um peso, até a difusão de um mal estar afetivo, que, por vezes, termina em violência. É responsabilidade do Estado criar as condições legislativas e de trabalho, para garantir o futuro dos jovens e ajuda-los a realizar o seu projeto de fundar uma família.”

            Essa ausência de Deus na vida das pessoas é um fato, apesar da maioria se declarar como crente na existência dEle, mas pouquíssimas pessoas procuram seguir a Sua vontade. Daí vem a solidão e a fragilidade das relações.

            Eu sei que moro sozinho, mas não em solidão. Tenho comigo sempre a presença do Pai e de todos aqueles espíritos que vibram em sintonia com meu pensamento. Sei que aqui na Terra material não encontrei ainda nenhuma pessoa que sintonize com a minha vibração mental, em seguir determinado caminho para servir a Deus. Não encontrei aquela mitológica “alma gêmea”. Essa condição deixa fragilizada minhas relações, não da minha parte, mas por parte das minhas companheiras que sintonizam com o amor romântico e não com o amor incondicional. Isso implica que elas se afastam quando percebem meu tempo e interesse em outra direção, o ciúme domina o pensamento e o afastamento com requintes de raiva e maldade se tornam visíveis.

            A miséria socioeconômica de milhares de pessoas é uma decorrência dessa família nuclear que cresce em torno do egoísmo na comparação com outras famílias também nucleares. Essa condição não permite um relacionamento harmônico no interior das famílias ou nas relações de umas com as outras. A lição que Jesus nos trouxe é importante para quebrar esses paradigmas do egoísmo e construirmos famílias solidárias com base na amor incondicional.

            O desinteresse e pouca atenção das instituições, que são formadas por homens que pertencem a uma determinada família nuclear, vai gerar o sentimento de abandono das pessoas, de se sentirem esmagadas pela sociedade. A crise demográfica produzida pela ignorância das responsabilidades que cada pai deve ter com a geração de seus filhos, serve apenas para coloca-los como palha seca na fogueira dos egoísmos nas suas mais diversas formas e que consomem o vigor e o potencial humano.

            Como extinguir essas labaredas, se continuamos a privilegiar a família nuclear na estrutura do amor romântico, se é ela que gera todas essas condições nocivas? Temos que partir corajosamente para o estudo minucioso do que Jesus quis nos ensinar quando falava do amor incondicional, da família universal e do Reino de Deus.

            Sei que não é fácil, pois procuro fazer isso com o máximo de justiça e coerência possível e não vejo nenhuma compreensão quanto aquilo que eu digo, quanto mais com aquilo que tento praticar. Pelo contrário, vejo surgir ilhas de ressentimento e claras ironias ao meu redor. Atacam o meu comportamento sem entenderem os meus princípios. Mas não culpo ninguém, talvez o problema maior é que eu não seja um bom professor.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/08/2016 às 18h38