Fico impressionado como me sinto conduzido por Deus nas mais diversas circunstâncias, até mesmo nas situações mais simples. Não é bem “conduzido por Deus”, pois eu não sigo impassivelmente uma orientação que Ele dá, nem mesmo Ele dá uma única opção. Ele coloca diversos caminhos à minha frente, alguns completamente distantes de Sua natureza, eu é quem tenho que decidir por qual caminho seguir, qual decisão tomar, e tenho que acertar qual a melhor opção que melhor sintoniza com a vontade dEle. Ele pode até dar alguns “toques” de qual é a mais importante, tenta evitar que eu entre em caminhos perigosos para a destruição do meu corpo ou perdição da minha alma. Porém, jamais Ele me empurrará para um caminho que eu não quero ir. Por isso é tão importante nos momentos de orações, que pode ser a qualquer hora, voltarmos o pensamento para Ele e pedir a ajuda necessária.
Hoje, por exemplo, fiquei dentro de um conflito que inadvertidamente me coloquei. Confirmei que iria para um evento do AA e não lembrei que teria uma plenária no meu departamento no mesmo dia e horário. Quando observei a coincidência, e olhando a programação do evento, vi que não estava com atividade na mesa, entrei em contato com o organizador para ser dispensado. Mas notei nele o constrangimento de dispensar um participante em cima da hora tendo negado a várias pessoas essa inscrição. Fiquei no conflito, pois na plenária do departamento, apesar de ser uma atividade obrigatória, eu teria oportunidade de dar andamento ao Programa de Apadrinhamento que iniciamos na plenária anterior. Mas, se eu ficasse na plenária deixaria de cumprir a minha promessa de participar do evento do AA. INSTALOU-SE O CONFLITO!
Como não tive a intensão de entrar nesse conflito, e como estou sempre querendo agir sintonizado com a vontade de Deus, logo imaginei que essa circunstância era mais uma vez o Pai colocando caminhos para que eu decidisse da melhor forma possível. Então, fui logo cedo para o departamento, o local da plenária, preparado para sair no horário do evento do AA, caso não houvesse nenhuma exigência para a minha permanência. Colocava assim as oportunidades para que Deus, se não quisesse que eu fosse para o evento, apresentasse algum obstáculo. A questão do apadrinhamento eu poderia ver em outra ocasião.
Assim aconteceu, não houve nenhuma exigência para a minha permanência na plenária, justifiquei a minha ausência e fui para o evento.
Cheguei pontualmente no início das palestras, recebi a pasta preparada para cada participante, e comecei a observar o que tinha ao meu redor. Vi logo dois aspectos importantes para as minhas atividades atuais: primeiro, na pasta havia uma relação de grupos de AA de todo o estado, incluindo três grupos em Ceará Mirim. Percebi logo a utilidade dessa informação, pois estou tentando trabalhar com quatro alcoólicos em Ceará Mirim, já falei com os familiares para organizarmos uma reunião com eles e discutir o assunto, mas até agora não aconteceu. Olhando os endereços da relação dos grupos de AA, refleti que é mais fácil fazer o convite para uma reunião já estruturada como estas.
Segundo, o local do evento do AA ficava próximo da banca de reprodução de DVDs antigos e clássicos, filmes de toda natureza, inclusive de material de autores do Rio Grande do Norte. Como estou reabrindo a loja de “Arte e Cultura Potiguar” no Shopping Mãos de Arte, ali encontraria um bom material para comercializar, dentro das características da loja.
Avaliando tudo isso, percebi que Deus me proporcionou ficar dentro de um contexto produtivo para a realização de meus atuais projetos, tanto no trabalho como na assistência, mas sempre com o foco principal na evolução espiritual.
Então vi a importância do conflito gerado, as alternativas que surgiram, as compreensões dos motivos dentro dos relacionamentos.
Este foi um conflito resolvido dentro da melhor condução comportamental, sintonizado com a vontade de Deus. Porém, existiu outra situação conflituosa que acredito não tomei a conduta devida. Participei de uma festa de aniversário, criticada desde o início por todos os parentes, inclusive eu, que aceitava as críticas como corretas, pois não se ajustava as lições evangélicas que eu queria ensinar. Eu podia ter ajudado no que fosse possível aos organizadores, mas devia ter ficado com meus irmãos e amigos jogando baralho, uma forma de lazer que sempre estamos praticando quando temos oportunidade. Não poderia ter ficado nesse aniversário, pois essa minha atitude reforçaria o inconveniente evangélico que estava sendo executado, mesmo que isso parecesse politicamente incorreto, como foi essa a minha desculpa para ficar. Os princípios evangélicos deviam ter tido a prioridade. O lazer com o baralho que não tinha restrição evangélica, era a atitude mais correta. Mas como isso não foi feito, foi gerada desarmonia no núcleo da alma, e uma simples resposta a sugestão do meu irmão, gerou em mim uma tempestade desarmoniosa. Usei argumentos verdadeiros, mas com raiva e com sentimento de vingança, capaz de desestruturar o psiquismo de quem fosse o alvo. Deixei de observar, pelo menos nesses momentos, a aplicação do amor conforme Paulo ensinou. A desarmonia aumentou e com ela o nível de estresse, prejudicando o bem estar pessoal e a qualidade de vida.
Felizmente temos um Pai que sempre está disposto a perdoar nossas falhas, e principalmente daqueles que procuram fazer a sua vontade, seguindo o roteiro evangélico que o Seu filho nos ensinou.