Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
19/09/2016 23h59
DUPLA CIDADANIA

            Quando o Cristo ensinou que o Reino de Deus estava perto e que podíamos pertencer a ele desde que corrigíssemos as impurezas do coração, Ele sinalizou que podíamos manter uma dupla cidadania.

            A primeira cidadania que podemos considerar é esta associada ao mundo material. Dentro desta cidadania material, praticada em qualquer país, que sejamos nativos ou não, sempre deve ser praticada a ética cristã com todos, quer pertençam ou não a família biológica, quer sejam ou não conterrâneos ou tenham qualquer outra relação.

            Ao agir dessa maneira, praticando em todos os relacionamentos a moral cristã, estamos automaticamente dentro do Reino de Deus. Acontece que a maioria das pessoas, apesar de conhecerem as lições do Evangelho, de se declararem cristãs, não conseguem praticar as lições que supostamente aprenderam. Não conseguem, dessa forma, alcançarem a dupla cidadania. Mas isso não implica que uma ou outra pessoa alcance essa condição, pois o esforço pessoal de se manter íntegro e obediente as leis de Deus é que vai justificar a sua cidadania no Reino de Deus.

            Temos o exemplo maior do próprio Cristo, que encarnou entre nós na forma humana, sentia todas as emoções geradas pelo seu corpo, mas se manteve fiel ao compromisso espiritual que manteve com o Pai. Não foram as circunstâncias dele viver cercado de pessoas ignorantes, cheias de pecado, que inviabilizariam a sua cidadania divina. Foi tentado de diversas formas, inclusive tentações espirituais contrárias à vontade do Pai, mas não cedeu a nenhuma delas.

            Sabemos que é difícil alcançar essa condição. As diversas pessoas que tentaram fazer isso, mesmo com a proximidade do Cristo, não conseguiram. Vejamos o exemplo de Judas, o traidor, e de Pedro, o grande amigo do Cristo, a quem Ele determinou de liderar o movimento evangélico. Todos falharam em algum momento e durante a vida sempre havia momentos de tropeço. O importante é que não percamos o nosso foco devido aos tropeços e quedas.

            Sei que apesar de meus esforços ainda não atingi plenamente essa dupla cidadania. Continuo com grandes falhas comportamentais, com a gula, com a dependência de certos desejos corporais, com a preguiça que exagera no repouso do corpo físico e não realiza o trabalho que é necessário, no tempo preciso. Pelo menos já consigo visualizar a meta para a qual me dirijo e se cometo erros já tenho uma boa percepção do que saiu errado e me sinto disposto a corrigir. Por isso reconheço que não tenho condições de reivindicar essa dupla cidadania, mas sou um bom candidato a alcança-la em tempo não tão demorado.

            Esta atual vivência aqui na Terra não será suficiente para eu alcançar esse objetivo, mas já tenho bem compreendido que a morte é um fator que não existe para a minha vida. Pode existir para o meu corpo, na forma que ele se apresenta. Mesmo porque, comparado ao corpo que eu tinha quando menino, devo considerar que tenho um corpo totalmente modificado. Por que seria então que o meu espírito não deveria sofrer alterações de acordo com os esforços que faço para melhorar?

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/09/2016 às 23h59