Às vezes quero entrar em dúvida se o que considero a “palavra do Senhor” para mim é uma realidade, ou simplesmente uma coincidência que os meus desejos transformam em ação divina. Estou refletindo agora no texto que postei aqui no último dia 21, “Ordem do Pai?”, onde conectei todas as leituras que fiz nesse dia com uma ordem que o Pai estava enviando para mim. Sei que não posso dizer isso de forma ampla a todas as pessoas, apenas aquelas mais próximas de mim e que tem um bom nível espiritual. Mesmo assim essas pessoas olham com ironia, e mesmo sem dizer deixa transparecer que tudo é fruto da minha imaginação. Mas, parece que isso que imagino ser uma verdade na minha consciência, termina sendo mesmo para mim, mesmo que para ninguém isso funcione assim. É o mesmo princípio que a mecânica quântica veio mostrar, que a realidade depende de um observador para ela existir. Uma floresta no coração da Amazônia, não existe, a não ser que alguém chegue e com sua observação consciencial a torne real. Mesmo assim é o processo de aceitação que existe em minha consciência quanto a presença de Deus ao meu redor, que me orienta nos momentos adequados e me ajuda a desenvolver pensamentos e ações.
Na leitura de hoje veio mais uma comprovação desse “diálogo” meu com o Pai, eu dirijo minha fala através da oração, e escuto Sua orientação em qualquer manifestação da natureza, principalmente os livros, não importa o tempo em que eles foram escritos. Deus pode muito bem ter planejado uma escrita feita há dois mil anos chegar hoje ao meu alcance e dizer o que Deus quer falar para mim.
Pois então, foi assim que Deus, vendo uma sombra de dúvida ao meu redor, fez Francisco de Assis escrever há mais de mil anos um texto que me trouxe mais segurança naquilo que imagino ser real com relação ao Pai. Ele foi em busca de isolamento para ouvir a palavra de Deus sobre o que deveria dizer ao Papa para obter licença para a Ordem religiosa que ele queria construir. Rezou ao Pai com o coração puro, para que por Sua inefável piedade, se dignasse mostrar-lhe aquilo que fosse melhor. Depois que já tinha perseverado na oração e aconchegado todos eu coração junto ao Senhor, fez-se presente ao seu coração a palavra do Senhor e disse-lhe por analogia:
“No reino de um grande rei, houve uma mulher muito pobrezinha, mas formosa, que agradou aos olhos do rei, que dela gerou muitos filhos. Num certo dia, aquela mulher começou a pensar em seu íntimo, dizendo: ‘Que farei eu, pobrezinha, a quem nasceram tantos filhos e que não tenho posses de que possam viver?’ Ao pensar tais coisas em seu coração e ao tornar-se triste seu rosto diante da grande quantidade de pensamentos, apareceu o rei e disse-lhe: ‘Que tens, pois vejo que estás pensativa e triste?’ E ela lhe disse todos os pensamentos de seu espírito. Respondeu-lhe o rei, dizendo: ‘Não tenhas medo por causa de tua extrema pobreza nem por causa dos filhos que te nasceram e dos muitos que nascerão, porque, já que muitos operários na minha casa tem fartura de pão, não quero que meus filhos pereçam de fome, mas quero que eles tenham mais fartura do que os outros’”.
Imediatamente, Francisco, o homem de Deus, entendeu que ele era representado por aquela mulher pobrezinha. A partir de então, portanto, o homem de Deus firmou seu propósito de observar daí em diante a santíssima pobreza.
Vejo assim mais uma mensagem de Deus para mim, mostrando que existem pessoas que conversam com Ele e que aceitam isso como uma verdade, não colocam tais mensagens em dúvida, aceitam a realidade que o seu coração sente e sua mente acredita.
Isso funcionou como um puxão de orelhas que o Pai promoveu na minha consciência. Afinal não digo que estou sempre sintonizado com o Pai, que procuro fazer a Sua vontade, e porque não aceito como uma conversa dEle algo que Ele prepara para direcionar o meu comportamento?