Oh, Pai, quantas dificuldades surgem no caminho que apontas como Tua vontade. São espinhos e pedras a todo instante, por dentro e por fora de mim. São os prazeres do mundo que me atraem, os desejos da carne, a preguiça, a vaidade, o orgulho...
Por outro lado, lá fora o mundo me joga atrativos os mais diversos que devo a cada momento fazer a distinção correta, do que convém ou não realizar. Além de tudo, essa caminhada não posso fazer sozinho. Tenho que ter ao meu lado companheiros que também pensem como eu, de querer fazer a Tua vontade, mesmo que estejam muitas vezes equivocados, e o que eles desejam não passarem de seus próprios interesses. Mas como posso fazer esse julgamento, se não tenho certeza se estou livre desse mesmo pecado?
Por isso, Pai, neste mês, nesta oração preferencial, eu peço mais uma vez o que geralmente estou pedindo a cada dia nas entrelinhas dos meus textos e orações: sabedoria. Não quero ser hipócrita de criticar algo que esteja fazendo, mesmo que de forma inconsciente, devido a minha ignorância.
Tenho tantos companheiros ao lado, principalmente aqueles que, como eu, se sentem convocados por Tua vontade para construir aqui o Reino de Deus, a começar pela transformação dos nossos corações. Sei que a essência do que fazemos tem a inspiração divina, mas as formas como se apresentam são cheias de vícios, de murmurações, de vaidades e egoísmo. Como fazer a essência se manifestar nas ações que desempenhamos com a maior boa vontade?
Este é o meu dilema, Pai. Tu me colocastes e eu aceitei ficar numa posição professoral junto aos meus irmãos. Sinto-me como um monitor do Mestre Jesus ao tentar praticar e ensinar suas lições em cada ação que planejamos ou praticamos. Como posso perceber a verdade das circunstâncias, apresenta-las com serenidade para não ferir o amor próprio de ninguém, não omiti-las para não cometer o pecado da covardia?
Somente com a sabedoria, Pai, eu posso bem desempenhar essas atividades, pois mesmo aprendendo com todos que estão ao meu redor, eu sei que tenho uma responsabilidade maior por ter iniciado todas as ações que levam o Teu nome.
Quando faço algo errado, Pai, e minha consciência não acusa o erro que cometi, é porque a ignorância obnubila a minha mente e eu não percebo. Foi assim que aconteceu no passado, lembro bem, que por ignorância da lei divina, da lei do amor, eu privilegiava o direito da mulher decidir pelo aborto de um filho que foi gerado. Não considerava o direito inalienável de viver daquele ser que acabara de se tornar vida. O mesmo tipo de erro posso estar cometendo, Pai, com alguma coisa, com alguma circunstância, não tenho certeza...
Portanto, este é o meu grande pedido: sabedoria! Não quero tanto quanto Tu destes a Salomão, talvez não tenha tanta condição de receber tanto. Mas, pelo menos o mínimo possível para que eu saia do erro que por ventura estiver praticando, e evitar entrar em qualquer erro que no futuro esteja se apresentando, desviando assim do caminho da Tua vontade, que minhas intenções já decidiram cumprir.