Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
28/10/2016 01h01
HISTÓRICO DE UMA VIDA (04) – O CASAL

            Estando as condições geográficas e contextuais preparadas, restava o fator humano. Restava o encontro de um homem e de uma mulher para que houvesse a fecundação e um novo aparelho biológico, um corpo começasse a ser produzido pela engenharia genética onde o meu espírito pudesse ser alocado.

            Essas questões de escolha do corpo biológico para a operação de determinado espírito na condução de sua missão, que é o fato mais importante, tem uma complexidade que extrapola a nossa capacidade de compreensão, mesmo porque possuímos poucas informações sobre esse processo. O que possuímos é visto ainda pela maioria dos leitores como algo fantasioso e que não faz parte da realidade. Nós, que já conhecemos o mundo espiritual e sabemos da sua existência como parte da natureza, recebemos essas informações com mais naturalidade, com o cuidado natural que devemos ter, tanto com os fatos do mundo material quanto do mundo espiritual, de separar a mentira ou o embuste da Verdade. Um bom exemplo da complexidade desse acoplamento do espírito com o corpo físico, podemos observar no livro ditado por Ramatis, “O Sublime Peregrino”, que trata do acoplamento do espírito de Jesus ao corpo carnal. Entendo que no caso de Jesus esse acoplamento foi muito mais difícil e até penoso, devido o espírito do Cristo ser bem mais evoluído, longe da vibração pesada da carne.

            No meu caso, acredito que essa acoplação do meu espírito ao corpo que eu iria administrar não seria tão difícil, por minha vibração espiritual não estar tão distante da vibração pesada da carne. Mesmo assim, devido ao projeto que eu deveria realizar aqui na Terra, a missão que Deus estava me confiando, eu teria que ter um corpo compatível com essas exigências. Eu teria que procurar construir um modelo de família ampliada, que fosse um protótipo da família universal, capaz de construir a base do Reino de Deus. Para isso eu devia usar a energia do Amor Universal dentro dos relacionamentos normais que são realizados ainda na base do amor romântico. Seria uma aplicação prática dos conhecimentos sobre o Amor já ensinado em diversas culturas pelos diversos avatares, principalmente Jesus de Nazaré, o Cristo Cósmico.

            Então, o meu pai tinha uma característica importante para esse projeto do meu espírito, que iria passar por herança genética para mim, que foi o forte impulso instintivo para a heterossexualidade. Esse fator era tão forte na sua personalidade que explodia em ações proibidas pela comunidade, que afrontava a honra e o respeito do próximo, principalmente das mulheres. O compromisso de exclusividade que deveria existir com minha mãe logo foi rompido e justificou a separação precoce do casal, quando eu tinha a idade de cinco anos.

            Por outro lado, a minha mãe, que vivia numa vida de sacrifícios no convívio da minha avó, sentiu na possibilidade de casamento com o meu pai a saída dessa situação. Era uma alma doce e trabalhadora, tolerante, mas também com seus momentos de impulsividade. E foi esse momento que possibilitou a separação conjugal dela e arriscar a vida em outra cidade, com outros relacionamentos.

            Não posso entrar nos detalhes desse relacionamento do meu pai com minha mãe, pois não tive oportunidade de conhecer ou de ouvir falar. O que descrevi acima foi só o superficial do que vim a conhecer a respeito do meu pai por informações, geralmente jocosas, do que ele geralmente fazia no ambiente doméstico e público.

            Portanto, eu tenho apenas a vaga ideia de que ganhei a forte sexualidade pela genética do meu pai, e o modo alegre e tolerante de ver a vida da minha mãe. São características importantes para juntar à minha bagagem atávica e formatar uma nova personalidade com um compromisso ajustável a esses impulsos da biologia.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 28/10/2016 às 01h01