Sióstio de Lapa
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Meu Diário
29/10/2016 04h33
AUTODESCOBRIMENTO (31) – MEDO DA MORTE

            O instinto de conservação é o que nos leva a desenvolver o medo da morte. O aparelho psíquico associado às estruturas corporais fica responsável pela vigia da manutenção da vida, através do atavismo, o registro de todas as nossas experiências através do curso evolutivo, mesmo que saibamos que nosso espírito é imortal, que somente o corpo entra em deterioração, e que o espirito pode estar na condição de encarnado (alma) ou desencarnado (espírito). Gandhi já dizia que “Quem venceu o medo da morte, venceu todos os outros medos”, mostrando a maior hierarquia do medo da morte sobre os demais medos.

            Esse medo fica mais forte devido o desconhecimento da natureza espiritual de nossa realidade, e essa ignorância termina criando lendas, fantasias e mistérios em torno do fato inevitável para todos. O fatalismo biológico da morte corporal que leva ao desaparecimento da forma e induz a falsa impressão do aniquilamento da essência do ser humano.

            Para atenuar o medo desse desconhecido que a morte nos leva, são desenvolvidos por todas as culturas os funerais, cerimônias que podem ser bem diversificadas e os ritos fúnebres, geralmente revestidos da aura de influência pessoal que essa pessoa tinha na comunidade.

            As sociedades antigas costumavam também providenciar recursos materiais para os seus mortos, principalmente os mais importantes no campo político, como os faraós do Egito cujas pirâmides eram cheias de joias e alimentação. A melhor compreensão espiritual sabe hoje que a necessidade que o espírito que acaba de desencarnar possui é dos bons sentimentos, boas vibrações, afeição e principalmente a prece.

            A prece é um pensamento emitido que vai em direção a um receptor. Esse emissor somos nós e o receptor geralmente é Deus ou um espírito superior. Pode ter um conteúdo de agradecimento, pedido ou louvor, e pode ser feito para nós mesmos, para os outros, pelos vivos ou pelos mortos.

            Podem existir outras circunstâncias, onde a consciência culpada, prevendo um castigo duro após a morte, exibe mecanismos de compensação como gastos com riquíssimos mausoléus, compra de indulgências, etc. Chega até a atitude paradoxal de morrer para não permanecer no medo de aguardar a morte.

            Joanna de Angelis afirma que o medo da morte é herança ancestral, assim como resultado das crenças religiosas e superstições que elaboraram um Deus vingador e punitivo, ou do materialismo que reduz a vida após a disjunção celular ao nada, o fenômeno natural da desencarnação se apresenta como tragédia, ou constitui um término infeliz para a existência humana, que sofre a dolorosa punição de ser extinguida.

Dessa forma passamos a compreender um pouco mais sobre este medo, visto que somos espíritos milenares, que já vivenciamos vários personagens no palco terreno e nem sempre fomos espíritas ou reencarnacionistas.

Na análise da sobrevivência vamos observar a conquista de valores, o desenvolvimento intelectual e moral, e ver a morte como um fenômeno natural, não de destruição, mas de transformação, uma consequência da própria vida. O espirito Ramatis escreveu um livro através da mediunidade de Hercílio Maes, “A sobrevivência do espírito”, onde aborda com profundidade este estudo.

A incerteza do dia da morte serve para que nós sejamos incentivados a aproveitar cada minuto, fazer toda ação com dignidade e ter uma conduta baseada na sabedoria. Tem uma canção que coloca versos bem interessantes com relação esta condução da vida: “Me chamaste para caminhar na vida contigo, decidi para sempre seguir-te, não voltar atrás. Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma, é difícil agora viver sem lembrar-me de Ti. REFRÃO: Te amarei, Te amarei, Senhor, eu só encontro a paz e a alegria bem perto de Ti (bis).

Passamos a ter uma compreensão real da vida e que o todo dela é feito em etapas, por conquistas de patamares do progresso, numa marcha ascensional. Iremos numa escala do instinto, à inteligência, à razão (onde estamos na condição de seres humanos comuns), à humanidade (onde iremos na fase de seres humanos elevados, quando a Terra se tornará um planeta de regeneração) e a angelitude.

O núcleo da vida passa a ser reconhecido como a energia psíquica do espírito, desatrelada do cérebro e promovendo uma evolução independente da matéria, inclusive da biologia.

Todos esses aspectos servem para vencer o medo da morte, tendo conhecimento da sobrevivência do espírito imortal, teremos coragem para enfrentar todos os problemas que surgirem, com uma atitude psicológica saudável e com a esperança de um novo princípio. Podemos repetir a frase de Gandhi: “Quem vence o medo da morte, vence todos os outros medos.”

Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/10/2016 às 04h33