Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
17/10/2016 00h59
FAMÍLIA – SÍNODO (9) – A IMPORTÂNCIA DA VIDA AFETIVA

            Texto do documento:

            Neste quadro social que foi delineado, encontra-se em muitas partes do mundo, nos indivíduos, uma maior necessidade de cuidar da própria pessoa, de se conhecer interiormente, de viver melhor em sintonia com as próprias emoções e os próprios sentimentos, de procurar relações afetivas de qualidade; essa justa aspiração pode abrir ao desejo de se empenhar na construção de relações de doação e reciprocidade criativas, responsabilizantes e solidárias como as familiares. O perigo individualista e o risco de viver em chave egoística são relevantes. O desafio que se põe a igreja é ajudar os casais na maturação da dimensão emocional e no desenvolvimento afetivo, através da promoção do diálogo, da virtude e da confiança no amor misericordioso de Deus. O empenho total, que o matrimônio cristão exige, pode ser um forte antídoto à tentação de um individualismo egoístico.

            A base do comportamento biológico está montado no egoísmo, na motivação do ser em procurar executar todas as ações que sejam convenientes para ele. O grande chavão do “Sucesso Reprodutivo”. Portanto, essa busca de relações afetivas de “qualidade” tem dois sentidos: o primeiro de qualidade em relação ao indivíduo que procura obter os maiores ganhos materiais, quer seja a geração de um filho para outro cuidar, em se tratando, do homem, ou seja da geração de um filho para garantir recursos substanciosos de um provador para toda a vida. Isso se tratando da geração de um filho, quanto mais as diferentes opções que podem existir dentro das relações afetivas.

            Mas o redator queria dizer com essas “relações afetivas de qualidade” aquela que se realiza dentro de um compromisso material, de construções criativas e relações de doações recíprocas familiares. Acontece que o termo “qualidade” dentro dessa realidade familiar abrange um círculo muito restrito, considera essa conduta solidária dentro da parentela, e esquece o resto da coletividade, e muitas vezes faz o contrário, prejudica os próximos dentro da coletividade para beneficiar os seus parentes e apaniguados.

            O perigo individualista de viver em chave egoísta que o documento chama atenção, pode ser eliminado pela maturação emocional que se adquire dentro do compromisso matrimonial. Isso serve para ser dado um passo além do individualismo em busca do coletivo, mas ainda está muito longe do objetivo ideal, a construção da família universal.

            Esse fato é observado frequentemente na nossa cultura humana atual. Qualquer que seja a sociedade, oriental ou ocidental, qualquer que seja o regime político ou econômico, a família nuclear se impõe como a célula básica da sociedade e luta entre essas células se torna muitas vezes fratricidas, levando o fantasma da fome e das guerras por todo o planeta, sem falar das falcatruas e corrupções que são feitas com os grupos dominantes para o benefício de seus parentes e amigos.

            É necessário que tenhamos consciência dessa situação para evoluirmos em direção a família universal, sem necessariamente termos que destruir a família nuclear. Mas tudo deve ser feito na base da Verdade da Honestidade.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/10/2016 às 00h59