Ao termos consciência da vida, da forma em que estamos engajados dentro dela, com todos os diversos relacionamentos que produzimos ou fomos incluídos, surge um senso de responsabilidade individual, daquilo que nos compete fazer.
Hoje estou consciente que tenho diversos focos de responsabilidades, dentro de uma hierarquia que devo cumprir. A primeira responsabilidade que tenho é com o Criador, aquele que proporcionou a minha existência desde o início dos tempos. Este Deus para o qual tenho responsabilidade máxima não exige tanta dificuldade física ou cognitiva para cumprir o que é determinado para mim. Sei que Ele é a energia que identifico como amor, que se manifesta na forma da Natureza, tanto macro, quanto micro, tanto aquém como além, tanto fora quanto dentro de mim. A sintonia que faço com Ele é a minha responsabilidade, ao fazer o bem ao meu redor, principalmente nas relações com o próximo, que é a figura mais próxima da imagem de Deus, assim como eu quando me reflito no espelho.
A segunda responsabilidade que tenho é com o meu corpo, o meu eu, essa imensa massa biológica formada por trilhões de células, pequeníssimos organismos vivos que sobrevivem sob os meus cuidados. Não posso deixá-los em perigo de forma global (todo o corpo) ou local (determinado órgão). Tenho que adquiri sabedoria para não destruí-lo de forma consciente (suicídio) ou de forma inconsciente (vícios que lesam as células de forma habitual). Tenho que aprender que nesse intuito de preservar a minha vida corporal, vou ter que me relacionar com outras pessoas que possuem os mesmos objetivos, e portanto, também estão à procura de suas sobrevivências como responsabilidades delas. Não posso agir em defesa de minha sobrevivência, fazendo coisas, se isso vai prejudicar o meu próximo. Aqui entra a formação do parentesco, das famílias, das responsabilidades com as gerações precedentes e posteriores. Tenho sempre que estar atento e usar a bússola comportamental que Jesus Cristo nos ensinou: fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que fizessem a nós.
O terceiro e último nível de responsabilidade é com o próximo. Entendendo Deus como presente em cada aspecto da Natureza, por mais minúsculo que seja, na cinética energética do amor, vejo o próximo como a Sua representação máxima e que equivale a minha própria representação corporal. Agora, ao considerarmos o coletivo, onde muitas pessoas são consideradas, fica claro que a prioridade se volta para o coletivo, isto é, se algo deve ser feito para beneficiar o coletivo, isso deve ser feito, mesmo com o prejuízo da minha existência corporal. A minha única vida deve servir ao coletivo, para os orientar na direção correta, se isso for necessário. Isso foi o que aconteceu com o Mestre Jesus, que veio a esta Terra encarnado num corpo físico, para nos informar lições importantíssimas para a nossa evolução, como foi o caso das lições sobre o Amor Incondicional. Também foi o caso, em gradação menor, de Gandhi, entrando em greve de fome, com o risco de morrer de inanição, com o propósito de salvar milhares de almas hindus e paquistanesas de uma guerra civil que já estava se desenvolvendo.
Com estas perspectivas em mente estaremos aptos a cumprir com nossas responsabilidades individuais e prosseguir no nosso caminho evolutivo, qualquer que seja ele.