Parece que as lições que Jesus deixou para servir de norte para a construção do Reino de Deus esbarram nos preconceitos muito bem estabelecidos da família nuclear formada na base do Amor Romântico e que não ver possibilidade da formação de uma família na base do Amor Incondicional.
Hoje participei de um churrasco com meu amigo de infância e os seus amigos que moram em São Paulo. O assunto que está em torno de mim e que chama a atenção dos meus amigos, é o nível de espiritualidade que demonstro e a prática que tento colocar em minha vida.
Apesar do meu amigo se considerar um ateu, que não acredita no mundo espiritual, e que a vida acaba quando o corpo físico se deteriorar e morrer, ele tem uma prática de ética e caridade superior à média da população. É ele um dos maiores críticos à minha conduta na vida, e, apesar de toda a veemência que coloca em suas argumentações sinto o respeito pelo contraditório.
O que chama a minha atenção é que os presentes à discussão, logo ficam ao lado dos seus argumentos, recheados de ironia, mas sem humilhação. É como se fosse colocado uma visão didática dos erros que estou cometendo e que jamais a sociedade irá seguir as minhas colocações na substituição do Amor Romântico, exclusivo, pelo Amor Romântico, inclusivo.
Sei que os meus argumentos são os mais fortes na coerência, na teoria, mas a prática disseminada do Amor Romântico e suas íntimas consequências ligadas ao egoísmo, não deixam espaço para uma reflexão e nova tomada de decisões, mesmo porque termina surgindo um sentimento de menos-valia ao considerar a nossa companheira dividindo seu afeto com outra pessoa.
Eu não encontrei ainda a fórmula adequada para mostrar a força dos meus argumentos e que somente assim poderemos construir o Reino de Deus como Jesus previu. Essa é a minha falha cognitiva em não ter encontrado até o momento o ponto central de mostrar, sem outra possibilidade, a prevalência do Amor Incondicional em qualquer tipo de relacionamento, inclusive e principalmente os afetivos, de formação familiar.
Com relação a existência e Deus eu já encontrei um forte ponto de postura cognitiva, onde a negação dos meus interlocutores terminam sendo absorvidas pela lógica do pensamento divino, sem condições de recuo ou outras possibilidades. Isso se refere ao ponto central da formação do Universo, onde o Big Bang aceito pela ciência como a teoria mais razoável, aconteceu pela força baseada simplesmente na ignorância do que poderia ter acontecido, qual a natureza dessa força. A compreensão de que a força divina expressa no Amor e Sabedoria tenha sido a causa original abrange as interrogações dos incrédulos. Isso quer dizer que as interrogações incrédulos não incluem a origem divina do Universo, mas a origem divina do Universo consegue acolher todas as interrogações que possam surgir, pois tudo está incluso na criação.
Com relação ao Amor Romântico e Amor Incondicional, este relacionado com a construção do Reino de Deus, ainda não consegui tal façanha, mas continuo tentando.