“Certa vez, visitando o cemitério de Uberaba, notei a presença de um espírito que, rente ao seu próprio túmulo, chorava arrependido. Fora um rico comerciante na cidade e cometera suicídio. Eu o conhecera de nome.
Percebendo que podia conversar comigo, após lamentar o gesto infeliz, que praticara devido os negócios que não iam bem, ele me disse:
-Chico, vocês, os espíritas, são os verdadeiros milionários da Terra!
Fiquei com muita pena dele, porque, de fato, o dinheiro, para quem apenas aprendeu a valorizá-lo, é um transtorno muito grande.
Fazia muito tempo que ele estava ali, preso aos despojos, se lamentando...
Conversamos por alguns minutos, e apesar da consciência que revelava sua situação, ele não se mostrava com a menor disposição íntima de abandonar o local; aquilo era uma auto punição.”
Este texto, retirado do livro “O Evangelho de Chico Xavier”, um dos maiores médiuns que o mundo já viu, mostra o risco que sofremos aqui, na dimensão material, quando passamos a valorizar com excesso o dinheiro.
O apóstolo Paulo dizia: “Se temos o que comer e com que nos vestir, fiquemos contentes com isso. Aqueles, porém, que querem tornar-se ricos, caem na armadilha da tentação e em muitos desejos insensatos e perniciosos, que fazem os homens afundarem na ruína e perdição.
Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por causa dessa ânsia de dinheiro, alguns se afastam da fé e afligem a si mesmos com muitos tormentos.”
Dentro da filosofia cristã observamos diversas iniciativas fraternas, que procuram ajudar ao próximo e sensibilizar as pessoas ao redor para se engajarem nas atividades ou patrocinar para que o trabalho não estacione.
Hoje recebi mais uma solicitação de ajuda financeira, para os projetos da Associação Cultural Santo Expedito. Não tinha conhecimento dessa Associação e ainda não sei como os gestores encontraram o meu endereço. Provavelmente pela parceria que devem ter feito com os “Legionários de Cristo”, Associação que já participo com ajuda financeira.
O dinheiro que consigo ganhar deve ter um propósito de ajuda ao próximo e procuro não ser ranzinza com essas necessidades. Mas o atavismo que devo ter com relação a manter o dinheiro perto de mim, é um fator que prejudica a minha capacidade financeira de colaborar. Mesmo assim eu sinto que estou bem afastado do comportamento do rico comerciante, tenho o foco mais dirigido para as virtudes espirituais, mesmo sendo em muitas ocasiões boicotado pelo atavismo animal.