Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
24/12/2016 20h46
CICLOS DO PODER

            Dos estudos da antiguidade sobre as formas de exercer o poder, vem a ideia que tudo começa num estágio em que a sociedade não tinha ainda um poder concentrado, que todos podiam fazer sua lei, a anarquia. Como isso termina sem dar uma projeção mais positiva e abrangente da comunidade e termina por gerar bolsões de concentração de poder pela lei do mais forte, surge a figura do Monarca, aquele que deve olhar para o bem comum. Só que esse Monarca ao longo do tempo, e só ele tendo poder de forma ilimitada, se tornava um tirano e transformava o regime em Tirania, um poder central forte, não legítimo, isso é não cuidava do bem comum e sim do bem próprio tirano. Para remover a Tirania do poder surgia a Aristocracia, governo dos melhores, formada pelos cidadãos de bem, mais cultos e mais preparados, que surgem da sociedade e que tem uma visão de mundo muito mais harmônica dentro da comunidade. A Aristocracia pode deteriorar para a Oligarquia, quando o poder nas mãos deste pequeno grupo deixa de se preocupar com o bem comum e passa a se preocupar com seus próprios interesses. Surge assim a Democracia, o poder do povo, para depor o poder da Oligarquia. Mas essa Democracia quando não é bem ordenada, surge a Plutocracia, poder do dinheiro, de quem detém a economia, e entra em confronto com o poder da multidão, a Oclocracia, parecido com o que acontece no Brasil atual. Uma situação que precede a Anarquia.

            Esses estudos mostram que existem ações positivas e negativas no seio da sociedade que tendem a formular o melhor meio de exercer o poder e logo em seguida sofre deterioração, exigindo uma forma de correção. A tendência é que, se tudo se passa simplesmente na forma de conquistar e manter o poder, esse ciclo de poder fica a girar interminavelmente, um ciclo vicioso. É necessário que a natureza do homem, animal na sua origem biológica, submetida às fortes pulsões instintivas de cunho egoísta, passe or uma transformação em direção à fraternidade coletiva.

            Foi este o trabalho que Jesus veio fazer aqui na Terra. Ensinar como limpar o coração do egoísmo aplicando a Lei do Amor em todos os relacionamentos. Infelizmente, muitos que reconhecem a Verdade das lições de Jesus, terminam por manipular as ações no próprio benefício, deixa o egoísmo assumir o protagonismo e a Lei do Amor fica somente citada como referência. Isto acontece em todos os espaços, desde os mais íntimos, familiares, até os mais amplos, financeiros, políticos, etc.

            Quando Jesus ensina que devemos construir o Reino de Deus, já está fazendo uma sinalização do regime de poder que Ele defende: a Monarquia. Não precisa que haja uma eleição para que Deus seja colocado no cargo de Rei do Universo, da Natureza, da Vida. É um Rei que nunca se tornará um tirano, pois cuida de todas as suas criaturas, e elas mesmas é quem devem pagar pelos erros que cometerem ao se desfiarem da Lei do Amor.

            Em nosso estágio, não vamos esperar que Deus venha se sentar no trono da Terra e exercer o Seu reinado. Mas devemos fazer a Sua vontade, seguindo as lições do Cristo, para construir essas forma de governo. A aclamação de um rei que venha a agir dentro da vontade de Deus, é o que deve existir de forma mais adequada ao que Deus espera de nós. Esse rei deverá ter a preocupação principal de cuidar dos súditos, da sociedade, com o custo da sua própria liberdade, pois estará sempre a serviço de todos.

            Por outro lado, a sociedade deverá ter o cuidado com a família real, pois todos sabem dos benefícios que ela estará prestando. Parecido com o cuidado que devemos ter para com Deus, pois sabemos dos benefícios que Ele está nos proporcionando, desde a nossa criação, educação e evolução.

            O regime presidencialista, republicano e qualquer um outro baseado no voto popular, sempre estará passível de sofrer corrupção, de votar num determinado candidato que deu ou promete dar determinado bem ou serviço. Isso jamais irá atender os interesse da coletividade, e sim de quem se beneficiou com a doação do bem ou com o recebimento de votos.

            Somente dessa forma conseguiremos quebrar o ciclo vicioso do poder e caminhar de forma mais prática nos caminhos evolutivos em direção ao Pai.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/12/2016 às 20h46