Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
12/01/2017 19h55
HISTÓRICO DE UMA VIDA (09) – MUDANÇA DE PARADIGMA

     Desenvolvia a minha vida familiar dentro das perspectivas culturais do amor romântico e do sacramento do casamento segundo a igreja católica. Consegui fazer o curso médico junto com plantões regulares como acadêmico nos hospitais para os quais dirigi o meu interesse na especialização. Foi durante esses padrões que eu vim a sofrer uma espécie de ataque à minha filosofia de vida. Uma técnica de enfermagem portadora de atributos sensuais bem desenvolvidos, mostrou interesse em sairmos para namorar em algum momento. Ela sabia que eu era casado e que não tinha intenções de deixar a minha esposa para viver com ninguém. Dizia que eu vivia feliz com minha esposa e que não queria a trair com ninguém. Essa amiga dizia que também era casada, mas que podíamos namorar sem ninguém perceber, que iria fazer bem só a nós dois que desejávamos naquele momento trocar afetos e sexualidade, com alguém com o qual foi desenvolvido simpatia, amizade e desejo. As constantes investidas que ela fazia nesse sentido, conseguiram derrubar uma por uma das minhas resistências preconceituosas. A última delas foi o preconceito machista que eu possuía e que tive que destruir para poder namorar com essa minha amiga sem culpa na consciência. A minha esposa poderia fazer o mesmo, se ela assim quisesse. Este foi o momento da mudança de paradigmas. Vim a entender com o desenvolvimento dos afetos por outras pessoas, que eu estava aplicando o amor inclusivo, e que esse era um dos critérios do amor incondicional. Com o tempo passei a entender que era Deus apontando alguns caminhos, que eu poderia seguir ou não, mas sempre com amor, coerência e justiça. Portanto, isso só podia ser a vontade de Deus, dirigindo através dessas opções afetivas, a minha missão enquanto ser humano, enquanto discípulo das lições do Cristo.

Nesse período fiz visitas a minha mãe no Rio de Janeiro, e adotei a filha de minha irmã, que passava por muitas dificuldades, como a minha filha legítima. Convidei a minha mãe para vir morar e trabalhar em Natal, pois aqui existia melhor perspectiva de vida e eu podia ajuda-la com mais eficiência. Minha mãe veio com meus irmãos, terminei o curso de medicina e passei a trabalhar em Posto de Saúde na comunidade em que eu morava, Conjunto Santa Catarina. Entrei na política comunitária e depois na política partidária. Cheguei a ser eleito presidente do Conselho Comunitário do Conjunto Santa Catarina e cheguei a me candidatar diversas vezes, para diversos cargos (vereador, deputado estadual, deputado federal, vice-governador) sempre pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) e sempre com o mesmo lema: Dignidade Humana. A minha forma honesta de fazer campanha, sem querer comprar votos de ninguém, mesmo que tivesse recursos para isso, não iria nunca me levar a eleição. Consciente disso, deixei de me candidatar e logo também deixei a política partidária, desencantado com as lideranças dos partidos que faziam a mesma coisa que os candidatos em busca do poder.

Afirmei a minha especialidade na medicina como psiquiatra, deixei o posto de saúde do Conjunto Santa Catarina pelo Hospital Psiquiátrico João Machado, e aprofundei os estudos na procura de Deus, dentro da espiritualidade que começava a se fortalecer dentro de mim. Foi nessa busca que encontrei o autor espiritual chamado Ramatis, e tive um convite feito por um colega para participar dos estudos espirituais que aconteciam na Associação Médica, promovidos pelos membros da Associação Médico-Espírita do estado do Rio Grande do Norte.

O meu direcionamento espiritual estava ficando cada vez mais forte e eu entendia cada vez mais o que Deus queria que eu fizesse, mesmo que todos à minha volta tivessem opiniões diferentes quanto a aplicação do Amor Incondicional na formação da família ampliada, universal, Reino de Deus, usando o amor inclusivo, inclusive com atos sexuais se isso fosse conveniente para as duas pessoas naquele momento, mesmo que fosse apenas para atender os desejos sexuais de ambos, dentro dos critérios da verdade, justiça e coerência.

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em 12/01/2017 às 19h55