Sabemos que o nosso corpo biológico sofre os efeitos evolutivos no tempo de acordo com as características do ambiente, como foi devidamente descoberto por Darwin, nos seus trabalhos sob a origem das espécies. Na espécie humana o cérebro é o órgão mais importante, do ponto de vista da cognição, percepção, compreensão e juízo crítico da realidade. A mente é a superestrutura extra material que extrapola os limites materiais, formata o pensamento e passa a operar sem limites de velocidade, tempo ou espaço. Surge acima dessas estruturas materiais e abstratas uma outra entidade com o papel de vigilância, controle, supervisão e decisão: a consciência.
Dessa forma, na experiência interior do homem, a mente encontra-se vinculada a matéria. Caso não se liberte dessa condição, a mente vinculada assim à matéria, não pode sobreviver ao falecimento dos órgãos, ao perecimento mortal, material. Para conseguirmos sobreviver é preciso seguir as lições de Jesus, que veio nos mostrar o caminho espiritual, capaz de vencer essa morte física. Deve ser feita uma espécie de transmutação nessa mente de origem biológica, mortal, com os recursos da vontade humana para esse ajustamento, compreensão e aceitação do espiritual.
Dirigindo nosso intelecto para as lições da Verdade trazidas pelo Mestre Jesus, para adquirimos a Vida eterna, a consciência passa gradualmente a aceitar Deus, e finalmente deixa-se guiar por Ele.
Essa evolução da mente humana, a partir da associação material até a união com o espírito, resulta na transmutação das fases, potencialmente espirituais, da mente mortal, nas realidades moronciais da alma imortal.
É importante a compreensão dessa condição moroncial ou anímica da nossa alma, que significa que foi criada pela mente material, essa como produto da evolução estudada por Darwin, e também pelo Monitor Divino, um fragmento de Deus, ensinado por Jesus, que nos acompanha a partir do momento em que começamos a distinguir o certo e o errado em nossas decisões. Desse momento em diante exerceremos, com a ajuda dos Espíritos Santos que procuram fazer a vontade de Deus, o Livre Arbítrio que nos faz co-criadores de realidades com a Trindade Suprema: Pai, Filhos mais perfeitos, e Espíritos Santos que fazem a vontade de Deus. Isso vai desenvolvendo uma alma de crescente beleza, em decorrência das opções que fazemos em cada ocasião. As mentes normais começam este processo entre os quatro e seis anos de idade, período assemelhável ao conceito cristão de “idade da razão”.
A substância da alma que vamos construindo ao amadurecer é justamente a morôncia, atávica, intermediária entre a matéria e o espírito. Neste estágio do nosso desenvolvimento permanecemos com forte ligação com a matéria, um atavismo enraizado nas profundidades do subconsciente e inconsciente. Com o aprendizado das leis espirituais, com o aperfeiçoamento do comportamento, iremos adquirindo um grau de pureza que nos aproxima cada vez mais do Criador.
A mente mortal se for subserviente à matéria, está destinada a tornar-se cada vez mais material, e consequentemente, a sofrer a extinção pela morte do corpo físico. A mente transmutada e entregue ao espírito está destinada a tornar-se cada vez mais espiritual e, finalmente, realizar a unificação com o espírito divino, que é sobrevivente e que é o guia, para desse modo conseguir a existência eterna, como Jesus ensinou e exemplificou: “Eu venci a morte!”.