Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/02/2017 23h24
JALAL AD-DIN MUHAMMAD RUMI

            Ainda na procura dos mestres espirituais para tentar entender o amargo processo de violência e barbárie que estamos vivendo, como orientou o Mestre Sai Baba, encontrei o pensamento do Mestre espiritual persa, do século XIII, Jalai ad-Din Muhammad Rumi em forma de perguntas e respostas, que reproduzo abaixo:

            O que é veneno?

            Qualquer coisa além do que precisamos é veneno. Pode ser poder, preguiça, comida, ego, ambição, medo, raiva, ou o que for.

            O que é o medo?

            Não aceitação da incerteza. Se aceitamos a incerteza, ela se torna aventura.

            O que é inveja?

            Não aceitação do bem no outro. Se aceitamos o bem, se torna inspiração.

            O que é raiva?

            Não aceitação do que está além do nosso controle. Se aceitamos se torna tolerância.

            O que é ódio?

            Não aceitação das pessoas como elas são. Se aceitamos incondicionalmente, então se torna amor.

            O que é maturidade espiritual?

  1. É quando você para de tentar mudar os outros e se concentra em mudar a si mesmo.
  2. É quando você aceita as pessoas como elas são.
  3. É quando você entende que todos estão certos em sua própria perspectiva.
  4. É quando você aprende a “deixar ir”.
  5. É quando você é capaz de não ter “expectativas” em um relacionamento, e se doa pelo bem de se doar.
  6. É quando você entende que o que você faz, você faz para a sua própria paz.
  7. É quando você para de provar para o mundo, o quão inteligente você é.
  8. É quando você não busca aprovação dos outros.
  9. É quando você para de se comparar com os outros.
  10. É quando você está em paz consigo mesmo.
  11. Maturidade espiritual é quando você é capaz de distinguir entre “precisar” e “querer” e é capaz de deixar ir o seu “querer”.

E por último, mas mais significativo:

  1. Você ganha maturidade espiritual quando você para de anexar “felicidade” em coisas materiais.

            Vejo que a opinião do Mestre da Pérsia se refere aos relacionamentos, digo, normais. Os relacionamentos anormais que vivemos na atualidade, dentro da violência, onde podemos considerar que vivemos na selva, na condição de cordeiros, cercados por feras de todos os lados. E essa fera é considerada o meu próximo e que quer me destruir para atender os seus desejos. Se aceitamos a incerteza de amanhã continuarmos vivos, então estamos vivendo uma aventura. Se aceito a violência que foi instalada na minha comunidade, então sou tolerante, deixo de ter raiva. Se aceitamos as pessoas como elas são, essas feras como elas são, essa aceitação irá se tornar em amor? Amor incondicional que passa por cima de qualquer coisa que essa pessoa/fera tenha feito?

            Não, em tempos de selvageria não posso tratar o outro que se comporta como uma fera como u ser humano que é o meu próximo. Com esta minha compreensão, se por acaso eu me tornasse fera, a tentar destruir os seres humanos ao meu redor, eu iria pedir a minha extinção. É como a história do Médico e do Monstro, quando aquele repudiava todo comportamento violento que o Monstro praticava com o seu próprio corpo.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/02/2017 às 23h24