Nunca a nossa vida chegou tão perto da metáfora do pastoreio das ovelhas, quando o pastor usa os cães para a proteção de seu rebanho.
Hoje, nós, cordeirinhos que queremos seguir as lições do Mestre Jesus, vivemos na Selva de Pedra, cheia feras, de lobos em cada esquina, em cada estrada, em cada local.
O Pastor é aquela pessoa que pela fé (espiritualista) ou por Portarias de Estado (servidor), tem a missão de proteger as pessoas da violência ou agressividade, seja qual for o motivo.
O Pastor que se guia pela fé, tem como referência uma personalidade forte ligada ao Criador. Em nosso caso, no ocidente, essa Personalidade é referida a Jesus de Nazaré, o modelo de comportamento a ser seguido, conforme ensina a doutrina espírita. Apesar de estarem dentro do clima emocional e ambiente social propício, alguns pastores se desviam de suas altas funções e passam a explorar a fé das ovelhas para seu benefício pessoal.
O fato de desvio de função dos pastores com relação ao cuidar de suas ovelhas, acontece com maior frequência e com maior poder de prejuízo, se acontece mais no âmbito da burocracia estatal, onde um servidor, quer tenha um mandato pelo voto ou uma indicação política para o cargo, pratica o suborno, a corrupção, em prejuízo perverso da confiança de suas ovelhas.
Esse Pastor temporal também tem a condição de criar a figura do cão para a proteção das ovelhas, na forma de um policial recrutado do meio social. Acontece que esse policial, que irá fazer o papel de cão para a proteção das ovelhas, pode ter sido recrutado do meio das feras e por isso tem todo o cheiro delas e provoca duas reações diferentes: primeira reação entre as ovelhas, que apesar do trabalho que os cães realizam em favor da proteção do rebanho, sempre imaginam que por baixo daquela pele de cão existe um lobo disfarçado; a segunda reação é com relação aos lobos que ficam à distância, que não podem atacar as ovelhas porque estão sob a guarda dos cães. Passam a olhar para estes com uma raiva indisfarçável e capaz de dirigir para eles e seus familiares o foco de seus ressentimentos.
A situação dos cães fica assim muito desconfortável. Trabalham sob essas duas pressões, das ovelhas desconfiadas e dos lobos ressentidos. Para complicar ainda o seu trabalho, a sociedade, com a justificativa de proteger o rebanho, cria leis severas para limitar o uso da força pelos cães, já que eles estão armados pelo Estado para fazer o enfrentamento pela força. Acontece que os lobos também estão armados, e muito melhor armados e equipados que a força dos cães, mas as leis que a sociedade produz traz mais benefícios aos lobos que aos cães. Chega ao cúmulo do lobo que é preso pelo trabalho dos cães, receber muito mais apoio do chamado “direitos humanos” do que os cães que também foram vítimas de violência.
A situação das ovelhas também não é fácil, pois a maioria é ignorante, quando não analfabetas. Não sabem o que é feito para usá-las como massa de manobra, para aquisição de direitos antiéticos ou de abusos criminosos, por pessoas inescrupulosas. Pessoas que nos palanques eleitorais, no congresso nacional, nas cortes judiciais ou nas salas de empresas públicas ou privadas, promovem os maiores ardis para ludibriar a inocência de quem vai às urnas, fazendo muitas votarem contra os seus interesses, sem saber que aquele pretenso candidato que diz ser um pai, e se apresenta na pele de um Pastor, é um lobo disfarçado. Chegamos ao cúmulo de um verdadeiro lobo, pego pela verdadeira justiça, mesmo assim ser defendido por ovelhas ignorantes ou lobos disfarçados, ou candidatas a lobo.
O redil fica dessa forma contaminado, com as verdadeiras ovelhas servindo de pasto para os verdadeiros lobos, tanto para os que assumem suas peles, como aqueles que colocam sobre elas as peles de pastores ou cães.
Como sair de tal situação? Fazer o que Jesus ensinou: separar o trigo e queimar o joio definitivamente!