O Niilismo é uma corrente filosófica que defende o prazer imediato sem preocupações com o futuro. Defende que não existe nada além desta existência, nega qualquer princípio religioso, social ou político.
O livro escrito por Allan Kardec, “O Céu e o Inferno”, abre no primeiro capítulo as considerações sobre o papel do niilismo na filosofia. Coloca que se todos decidissem adotar o niilismo como filosofia de vida, o mundo seria muito mais materialista e os valores morais seriam mais facilmente corrompidos. O homem estaria mais preocupado em gozar a vida enquanto tivesse energias para tal, e mais ainda, poderia usar e abusar do esforço do próximo para a sua evolução e sobrevivência, sem qualquer tipo de pudor. Para essa pessoa praticante do niilismo, era justificado usar a lei do mais forte no interesse pessoal, usar a inteligência para burlar a confiança do próximo, numa estratégia de vitalizar o quanto mais sua capacidade de sucesso reprodutivo. O niilismo seria a prática por excelência do materialismo.
A filosofia espiritualista, principalmente esta trazida pelos espíritos e que aponta como principal ator ou personalidade, a figura de Jesus de Nazaré, o que se tornou Cristo por sua extrema capacidade de harmonização planetária. Trouxe a informação do Pai transcendental, o que criou tudo que pertence a Natureza. Passamos a entender que além deste mundo material e das exigências que ele faz para a sobrevivência do corpo biológico, existe uma outra forma de vida, que não podemos apontar de forma objetiva para ela. Sabemos da sua existência pela intuição da Verdade, por acreditar naquilo que o Cristo ensinou e demonstrou. O niilismo passa a ser apenas um componente dos instintos que procuram o prazer para manter a subsistência corporal. Sabemos que além dessa evolução biológica estruturada nos instintos, possuímos também uma evolução espiritual baseada nos valores morais.
Nós, que tivemos conhecimento dessa Verdade espiritual trazida pelo Cristo, podemos encarar o niilismo apenas como uma forma de pensamento ligado ao prazer corporal, ao egoísmo, à lei do mais forte ou mais inteligente. Se ficarmos associados ao niilismo, a esse prazer instintivo, estaremos privilegiando a evolução biológica em detrimento da evolução espiritual.
Sabemos que o mais importante para a vida real, não é a vida aparente representada pelo corpo físico, corpo esse que o tempo logo se encarregará de destruir. O mais importante é a vida espiritual que anima o corpo físico, mas que não deve ser subjugado por ele. Deve aprender a controlar esses instintos com a consciência educada pelos valores espirituais, capaz de segurar a força que pode emergir dos subterfúgios mais profundos da mente.
Quando adquirimos essa condição, o corpo e o niilismo que o instrumentaliza ficam em segundo plano. O prazer que aprenderemos a sentir é o prazer vindo das estruturas mais sublimes, de vibrações mais altas, da proximidade com o Criador.