A revista Visão Espírita trouxe uma matéria, assinada por Cláudia Gelernter, divulgada na net, “Atrás do trio elétrico também vai quem já ‘morreu’...” que achei interessante reproduzir aqui em itálico para melhor reflexão:
Poucos sabem que a palavra Carnaval é, na verdade, uma abreviatura da frase: a carne nada vale. Em contrapartida, grande parte dos brasileiros acredita que participar das festividades carnavalescas em nada atrapalha sua organização psico-físico-espiritual. Algo como mudar totalmente o padrão vibracional, adentrando por quatro dias e cinco noites num maremoto energético de baixo teor, e dizer que isso não desarmoniza ninguém, ao contrário, “desestressa”. Será mesmo só o resultado do envolvimento em tal festividade? Desestressamento?
Estudiosos da psicologia realizaram um trabalho de pesquisa interessante sobre o tema, trazendo-nos alguns dados, que já nos suscitam importantes reflexões. Vou transcrever parte da matéria que saiu no Jornal Correio Brasiliense, onde constam tais informações: “(...) de cada dez casais que caem juntos na folia, sete terminam a noite brigados (cenas de ciúme, intrigas, etc.); desses mesmos dez casais, posteriormente, três se transformam em adultério; de cada dez pessoas (homens e mulheres) no carnaval, pelo menos sete se submetem a coisas que abominam no seu dia-a-dia, como o álcool e outras drogas (...). Concluíram que tudo isso decorre do êxtase atingido na grande festa, quando o símbolo da liberdade, da igualdade, mas também da orgia e da depravação, estimulada pelo álcool leva as pessoas a se comportarem fora de seus padrões normais (...)”.
A maioria dos foliões da atualidade segue os carros alegóricos sem nenhuma noção do que lhes envolve naqueles momentos. Sequer suspeitam onde ou porque surgiu tal “festividade”. Estão ali simplesmente para permitirem o enlouquecimento momentâneo, sem pensar em mais nada a não ser no prazer dos sentidos. Porém, os resultados são evidentes, como pudemos constatar nesta matéria alusiva sobre o tema.
Quanto às suas origens, podemos dizer que as tataravós do carnaval são a bacanália, da Grécia – quando era homenageado o deus Dionísio – e a saturnália – festa romana onde se imolava uma vítima humana, previamente escolhida. Depois, já na idade média, aceitava-se a tese de que “uma vez por ano é lícito enlouquecer”, o que tomou corpo, modernamente, no carnaval de nossos dias.
Claro que muitos dançam e se sacodem freneticamente entre sorrisos largos, sem nenhuma intenção menos digna: desejam somente a “alegria”. Porém, mesmo que a intenção seja apenas a de ficar contente, será que o discípulo de Momo no meio de tantos desvarios em nada se prejudica?
Tudo seria tranquilo se junto de tais pessoas estivessem tantas outras numa mesma sintonia, munidos da mesma vontade de confraternização, sorrisos e danças conjuntas; sem maldade, sem deixarem seus instintos reptilianos tão aflorados.
Porém a realidade não é essa. As conclusões apresentadas pelos psicólogos brasilienses já nos dão certa base para um pensar mais aclarado sobre o assunto. Soma-se a tais dados, outra importantíssima informação que ainda não é levada em conta tanto pelos profissionais comuns da psique quanto pelos amantes carnavalescos: no período que compreende a sexta-feira de carnaval até o amanhecer da quarta-feira de cinzas, verdadeiras falanges das esferas inferiores invadem a crosta terrestre – atraídas pelo padrão reinante – acompanhando bem de perto tais foliões, incitando-os aos extremos, dando início a sérias obsessões que por vezes se arrastam sobremaneira, trazendo inúmeros prejuízos a tais pessoas.
No livro “Nas fronteiras da loucura” do espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco, o venerando espírito, em suas ponderações, conclui que isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por ano. O processo obsessivo ocorre ainda durante o sono, quando em estado de desdobramento (momento em que o corpo descansa e o espírito sai em suas excursões) o folião visita as zonas de baixo teor vibracional, já em contato direto com tais entidades.
Conhecedores de tais realidades, os responsáveis pela revista Visão Espírita fizeram pequeno trocadilho com a famosa frase composta por Caetano Veloso, no seu frevo carnavalesco que diz “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”. Os divulgadores do espiritismo refizeram o ditado. Escreveram que, na verdade, “atrás do trio elétrico também vai quem já ‘morreu!’”...”. Realmente! Só faltou acrescentar: “(...) e eles são em grande número”.
São informações coerentes com o conhecimento espiritual que adquiri e com os hábitos de convivência que procuro cumprir, respeitando a vontade do que imagino que Deus queira para mim.
O episódio onde me vi envolvido, involuntariamente, pela folia carnavalesca em Olinda, é um bom exemplo disso. Não fiquei sintonizado pela folia, procurei sair o mais rápido possível daquele ambiente que percebia está defasado do perfil vibracional que possuo. Isso significa que na minha rotina diária, não tenho nenhum interesse em me programar para brincar o carnaval daquela maneira.
A frase que foi colocada no início, “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu” foi desmentida pela Revista, pois o mundo espiritual informa que nesses momentos existem muitos mais espíritos desencarnados participando do que espíritos encarnados. Mas a frase tem um pouco de verdade, pois para a pessoas que já morreram para os prazeres da carne neste nível, da “carne nada vale = carnaval”, como eu me sinto e muitas pessoas que conheço, essas pessoas não irão atrás do trio elétrico. Então a frase fica correta: “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu para o carnaval”.