Os sofrimentos são ocorrências naturais dentro da nossa vida. São desafios que surgem para testar nossa resistência, são dores físicas, agressivas, que se estabelecem na ausência de percepção emocional. As manifestações podem ser físicas, emocionais, morais e espirituais.
É necessário que tenhamos esta consciência da utilidade do sofrimento para alavancar nossa evolução, para podermos substanciar o doloroso em utilidade, alterar cognitivamente o ciclo da dor. Ela agora não é a minha algoz que goza com o meu sofrimento, e sim um professor que ensina como corrigir meus defeitos. Passo a ter uma metodologia de educação e iluminação.
Dentro do catolicismo, a transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. Essa conversão se realiza na oração eucarística, mediante a eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo.
Podemos classificar os sofrimentos em duas áreas: o sofrimento físico e o moral. O sofrimento físico compreende as diversas doenças biológicas que nos acometem, provenientes de processos degenerativos, dependência química e agressão de vírus e bactérias. O sofrimento moral tem uma origem mais profunda, abala os sentimentos, gera uma aflição incontida, reduz a resistência do corpo e provoca somatização.
É preciso que haja a canalização correta do pensamento para que haja a renovação íntima, sabendo que esse sofrimento é um processo transitório, decorrente das existências passadas, da hereditariedade, que se manifesta nas distonias nervosas, nos distúrbios psicológicos e que produzem grandes aflições familiares e até sociais.
Os sofrimentos de natureza psiquiátrica tem origem geralmente nas vivências passadas, mas podem ser também de ações erradas que cometemos no presente. Muitas vezes tem uma conexão com espíritos que se consideram prejudicados e que viram obsessores, dificultando a ascensão do Ego para o Self.
Os distúrbios podem ter um caráter masoquista quando a pessoa sente prazer com o sofrimento que inflige ao corpo. É uma busca não a si mesmo, mas a um prazer degenerado. Podemos ver isso no uso dos cilícios, nos jejuns injustificáveis, nas macerações e desprezo pelo corpo, na solidão, nas castrações... Podem ser sádicos quando esses mesmos métodos se impõem a outros a pretexto de salvá-los. Não há saúde mental nem espiritual, é um sadismo cruel.
Neste contexto animalizado vamos encontrar os ensinamentos de Jesus que constrói uma psicoterapia positiva com base no amor que cobre uma multidão de pecados. Pode até fazer jejuns prolongados, mas tem a justificativa de preparar o organismo para suportar os testemunhos morais. Ele sempre mostrou a importância da beleza da vida, dos lírios do campo, das aves do céu, das pérolas do mar.
As causas do sofrimento não é um imperativo divino e sim as consequências de nossa conduta humana, dos erros que comentemos e que precisamos corrigir, pagar. O nosso destino humano está voltado para a conquista estelar, para a saúde plena, da mente voltada para o bem, tendo sempre o amor como antídoto para qualquer tipo de sofrimento que venha a se formar dentro de nós ou ao nosso redor.