Avaliei no último diário o assédio sexual e moral a partir de pessoas com projeção social bem marcante. Avaliarei agora o comportamento de dirigentes das nações para ver se o conceito de assédio pode ser aplicado nas suas relações.
Colocarei o discurso do presidente norte-americano Donald Trump em pauta:
Na terça-feira, o presidente da Síria, Bashar Al-Assad, conduziu um ataque químico horrível usando um agente nervoso mortal. Assad sufocou homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos. Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados neste ataque bárbaro. Nenhum filho de Deus deveria sofrer horror tão terrível.
Nesta noite, eu ordenei um ataque militar direcionado a alvos da força aérea da Síria de onde os agentes químicos foram disparados. É vital para a segurança nacional norte-americana prevenir e deter a proliferação e o uso de armamentos químicos fatais.
Não pode haver dúvidas sobre se a Síria usou ou não armas químicas proibidas, se violou suas obrigações sob a Convenção de Armas Químicas e se ignorou os apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Inúmeras tentativas foram feitas para mudar o comportamento de Assad, e todas falharam. Como resultado, a crise dos refugiados continua a se agravar e a região continua a se desestabilizar, ameaçando os Estados Unidos e seus aliados.
Nesta noite, eu convoco todas as nações civilizadas a se juntarem a nós e perseguirem o fim da matança e do derramamento de sangue na Síria, e também a acabar com todas as formas de terrorismo.
Pedimos sabedoria a Deus para encarar o desafio de nosso próprio mundo problemático. Rezamos por todas as vidas dos feridos e daqueles que morreram. E esperamos que, enquanto a América defender a justiça, a paz e a harmonia, elas vão prevalecer no fim.
Boa noite e Deus abençoe a América e o mundo inteiro.
Observamos no texto do dia anterior, o assédio promovido por uma pessoa em situação de empoderamento contra outra que se mostrava com mais fragilidade. Sempre a direção segue esse sentido, do mais forte para o mais fraco.
No caso das duas nações, Síria e Estados Unidos, observamos que existe uma relação de poder de uma para a outra, percebemos que os Estados Unidos tem maior poder que a Síria. É informado que a Síria cometeu uma brutalidade contra seus habitantes usando arma que poderia prejudicar os Estados Unidos. Por esse motivo o presidente americano armou uma ofensiva de ataque à Síria dentro do seu próprio território, atacando os aviões que executaram a execução química do povo.
Numa primeira avaliação podíamos refletir que a Síria tem autonomia de fazer o que achar conveniente com o seu povo, inclusive exterminá-lo, usando a arma que achar mais propícia. Mas, desenvolve armamento que pode ofender a povos distantes, como a nação norte-americana. Neste caso a Síria se prepararia para assediar militarmente uma nação mais poderosa. Estaria na contramão do mecanismo de assédio, do mais forte assediar o mais fraco. Os Estados Unidos na condição de mais forte não permitiria esse assédio e como pudemos observar, logo demonstrou a sua força para evitar a possibilidade de alcançar a condição de assédio pelo país mais fraco.
Numa segunda avaliação é como o país mais forte prevendo ser assediado pelo país mais fraco, toma a iniciativa e ele mesmo provoca o assédio, colocando o pretenso agressor em seu devido lugar. Este assédio do país mais forte sobre o mais fraco, neste caso, tem a justificativa da autodefesa. Se o argumento colocado como justificativa para o ataque é verdadeiro, nenhuma outra nação iria se contrapor, a não ser que tenha os mesmos interesses que estariam motivando a Síria a se preparar para a agressão.
No caso do dia anterior, onde a figurinista, o elo mais fraco, foi assediada pelo ator, o elo mais forte, sem nenhuma justificativa coerente e ética, o elo mais fraco pode simplesmente apelar para a opinião pública, além dos órgãos institucionais que prestam essa defesa para se fortalecer, se colocar de pé de igualdade com o agressor, ou mesmo em posição superior. Era como se a Síria fosse atacada pelo Estados Unidos sem nenhuma justificativa ética. A comunidade internacional de pronto ficaria ao lado da vítima e isso diminuiria o poder dos Estados Unidos.
Dessa forma, a assédio pode acontecer a nível pessoal e a nível coletivo, envolvendo nações. Mas sempre estará obedecendo uma relação de poder que pode ser equilibrado e compensado de forma ética de acordo com os valores e motivações que geraram o ato agressivo.