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17/05/2017 04h57
AUTODESCOBRIMENTO (43) – LIBERTAÇÃO PESSOAL

            O processo de conhecimento e autodescobrimento é o caminho que nos leva ao topo da montanha. Esta alegoria significa que ao alcançarmos o pico da montanha é sinal que conquistamos a paisagem da nossa vida, podemos ver o atavismo e compreender o animismo que pode se manifestar das profundezas do inconsciente. É o momento da superação do Ego, aliado à procedência animal, e a identificação com o Si, de procedência divina, identificado com o Espírito.

            É importante a compreensão que a vida real se processa na dimensão espiritual e que o ser periodicamente imersa na dimensão material através de um corpo físico. Portanto, todas as formas existentes no mundo espiritual, animadas ou inanimadas, são passageiras e servem para o nosso aprendizado. A essência da vida é psiquismo puro. Os apegos injustificáveis que sentimos no mundo material estão associados aos interesses da vida material gerenciados pelo Ego. Envolvem geralmente mecanismos de segurança, alterações relacionadas com a transitoriedade orgânica, conquista do prazer, sensações imediatas ou ambições desmedidas. Quando o espirito emerge no corpo esquece da vida real no mundo espiritual, certamente para evitar que os seus erros pregressos influam na sua capacidade de aprendizagem e recuperação. Porém, esse esquecimento da vida real que procede no mundo astral, favorece que seus interesses se voltem para aspirações relevantes com o mundo material

            O conhecimento da evolução vivencial que acontece na dimensão material também pode ser visto do topo da montanha em três fases: a) Juventude, com muito hormônio e impulso para gozar prazeres como alimento, sexo e drogas; b) Maturidade, onde permanece o desejo ainda vigoroso; e c) Velhice, quando chega a amargura por não ter mais o vigor e energias da mocidade. Nesse ponto é que devemos lembrar da lição deixada por Jesus e que está registrada em João 14:6 – Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Mostra outro caminho que dá ênfase ao espiritual, à porta estreita do controle dos impulsos do Ego.

            Para conseguirmos a escalada ao pico da montanha é importante o preparo psicológico para entendermos o correto fluxo da vida. Saber que estamos agora na dimensão material e o corpo que administramos sofre desgaste orgânico que leva à morte inevitável, que a futura experiência acontecerá no mundo astral quando teremos plena percepção do Espírito. Desde então devemos nos preparar para esse encontro com o que somos, e não com o que temos e que deixamos ao sair do mundo material; com o que pensamos e não com o que gostaria de ter feito. Teilhard de Chardin já dizia que “não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais (mentais) vivendo uma experiência humana.”

            Com o despertar da consciência iremos aprimorando nosso raciocínio, a lógica, a coerência, as reflexões, as condutas, a harmonia, o equilíbrio geral, e promover realizações cada vez mais profundas. Podemos refletir agora, como o despertar da consciência, que acontece neste exato momento, está nos afetando.

            Na fase de libertação da consciência continuamos o processo de busca, quanto maior o entendimento e quanto maior o desapego. São abertas amplas perspectivas de conquistas que envolve novos espaços e novas realizações. A mentora Joanna de Angelis, no livro “O despertar do Espírito”, já adverte que no processo de libertação da consciência, sem o egocentrismo perturbador, o indivíduo descobre quanto lhe é significativa a existência, investindo em cada momento de forma agradável, como fonte geradora de felicidade.

            São Boaventura (Dr. Seráfico), discípulo de São Francisco de Assis, já contribuía para o conhecimento das formas que temos de ver as coisas através de três olhos distintos: a) os olhos da carne, que enxerga o mundo material, exterior, enxerga o tempo e o espaço, as coisas e as pessoas, e as sensações imediatas; b) os olhos da razão, que percebe a lógica e a filosofia; e c) os olhos da contemplação, que nos faz perceber o mundo oculto, a intuição, o poder divino.

            A codificação espírita também ensinou sobre essa realidade tridimensional da nossa vida: a) Corpo, o instrumento que faz contato com o mundo físico, objetivo; b) Perispírito, que faz contato com o mundo mental, entendimento racional; e c) Espírito, o que sintoniza com o divino. O tríplice aspecto da Doutrina Espírita ensina que na relação com a ciência o espiritismo ocupa-se essencialmente em explicar os fenômenos espíritas, isto é, fenômenos produzidos por espíritos. É positivo e experimental como a ciência no mundo, e o “Livro dos Médiuns” é sua base.

            Na relação com a filosofia, o espiritismo mostra que é uma doutrina essencialmente filosófica. Analisa a natureza humana, algumas questões que vem atravessando séculos e civilizações.

            Na relação com a religião, o espiritismo estimula o homem à prática da bondade, da fraternidade, da humildade, do altruísmo do trabalho em prol da felicidade do nosso próximo. Sendo assim o espiritismo trabalha na Moral que transforma e eleva o ser. Enfim, o espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos espíritos, e das suas relações com o mundo corporal.

            A Ciência e Tecnologia atualmente praticada no mundo faz exigências ao Ego, que isso impede a visão contemplativa e bloqueia muitas vezes a razão. Um exemplo disso, é a forte motivação que todos possuem de permanecerem plugados grande parte do dia nos aparelhos eletrônicos e digitais, principalmente os celulares.

            Quando alcançarmos a libertação pessoal, teremos uma percepção mais profunda, superaremos as exigências do Ego, teremos uma maior dilatação do Self, e alcançaremos o triunfo do espírito sobre a matéria. Estaremos mais capacitados para responder as questões clássicas: quem sou? De onde vim? Para onde vou?

            Nesta intercessão da Ciência com a Espiritualidade, temos a opinião de Albert Einstein, um dos principais nomes da Ciência da nossa época. Ele é considerado o papa do espiritualismo científico e quem construiu a ponte entre Ciência e Religião. Dizia que podemos chamar de “Universos Paralelos” os vários planos de atuação que nossos espíritos se manifestam. Nós chamamos de plano físico um universo com mais 100 trilhões de células distribuídas em órgãos e sistemas com funções específicas. O plano espiritual é um universo constituído de vários corpos com funções específicas que atuam também em planos específicos.

            Dessa forma encerramos esta fase do estudo do nosso autodescobrimento, promovido pela autora espiritual Joanna de Ângelis e viabilizado na dimensão espiritual pelo médium Divaldo Franco. Ficamos agradecidos a ambos e todos aqueles que participaram das aulas, encarnados e desencarnados, que promoveram no apresentador a devida motivação com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Cruzada dos Militares Espíritas. Agradecimento especial as pessoas de Olga, Edinólia e Radha que constantemente dividiam as responsabilidades dos esclarecimentos repassados, quer sejam nos conteúdos teóricos e práticos, como na arrumação do ambiente e transporte dos recursos audiovisuais. Agradeço também aos mentores espirituais de todos nós, verdadeiros Espíritos Santos, que cumprem a vontade de Deus ajudando a nós encarnados em nossas dificuldades relacionadas ao nosso alto grau de ignorância.

            Entraremos na próxima semana no novo estudo “Dimensões da Verdade” mais um trabalho da equipe Joanna/Divaldo, certamente inspirado por eles, em função da situação que podemos nos encontrar, tanto pessoas, comunidades e até países, como é o caso do nosso Brasil, cuja enxurrada de mentiras permitiram ao grave estado sócio financeiro em que nos encontramos.

            Que o Mestre Jesus, que prometeu que a Verdade nos libertaria, continue sendo o nosso timoneiro, e o Pai o nosso protetor em todas as circunstâncias das nossas vidas. Que nós tenhamos a forte disposição e coragem para colocar em prática as lições absorvidas.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/05/2017 às 04h57