A revista Veja (10 de maio de 2017) coloca como paradoxo no Brasil o fato que o Instituto Data segundo pesquisa, mostra que o ex-presidente Lula lidera a lista de intenção de voto para presidente no primeiro turno em todos os cenários. Uma pessoa que é acusada em 5 crimes praticados 236 vezes, entre os quais os de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência e obstrução da justiça.
Caso a revista levantasse justificativas para esse aparente paradoxo, para onde foi esse dinheiro desviado, roubado pelos atos de corrupção, veria que tinha justamente esse objetivo, de criar um escudo na opinião popular, das pessoas carentes que lutam na miséria pela sobrevivência, das pessoas que não conseguem aprofundar o pensamento em busca das causas reais e capazes de descartar os chavões de base sindicalista pelega, até aquelas pessoas inescrupulosas que por receberem benefícios beijam as mãos de seus protetores sem querer notar que elas estão manchadas. Não é preciso aqui colocar as pessoas que fazem parte da quadrilha, fundadores ou cooptados, pois estes são os instrumentos de desorganização ética e moral do país com o consequente estado de caos.
Mas se a revista Veja não quisesse ter todo esse trabalho investigativo que é o seu forte, poderia ampliar a sua visão para o campo espiritual e consultar um livro simples chamado “O Partido”, escrito por Robson Pinheiro por inspiração do espírito Ângelo Inácio. Neste livro existe uma carta do espírito Tancredo Neves à nação brasileira, que já traz bons esclarecimentos, mas principalmente uma reunião que ocorreu na dimensão astral, na Baía de Guantánamo, Ilha de Cuba.
Esse local é uma base naval controlada pelos norte-americanos desde 1898. Um tratado firmado entre Cuba e EUA em 1903 estabeleceu o arrendamento perpétuo da área com fins de mineração e operações navais. Por ocasião da 2ª guerra mundial a área se tornou prisão militar e passou a conviver diariamente com práticas de torturas.
Nos meados do século XX, aproveitando os fluidos sombrios e deletérios daquela região, os Senhores da Escuridão, as inteligências das Trevas, distribuídos em 21 grupos de Magos Negros e especialistas das sombras se reuniram para discutir propostas que visavam ampliar seus domínios e insuflar a sede de poder entre os encarnados, fortalecendo no mundo a oposição aos princípios do Reino de Cristo. Aproveitavam o ar de sofrimento, de desrespeito à vida e aos direitos humanos, bem como os gritos e o choro rouco dos torturados, para dar sustentação energética ao concílio tenebroso. Ali, a atmosfera de baixa frequência e máxima intensidade concorria para os objetivos mais espúrios. Por todo o lugar no ambiente extrafísico, havia sinais cabalísticos inscritos. O sangue de prisioneiros oferecia o ectoplasma necessário à formação da aura de horror e sedução que imperava no lugar, síntese de uma política em tudo oposta ao que Cristo pregara.
Um mago de vestes escarlates desfilava entre os prisioneiros. Vermelho profundo era cor de seu traje, e vermelho era também o sangue que as torturas derramavam sobre o solo, em instalações longe da civilização ou de seus olhares.
Assentou-se o melífluo ser. Abriu-se a reunião.
- Senhores, estamos aqui para inaugurar uma nova era em nossos domínios. Há mais de 30 anos, temos estudado o momento ideal de lançarmos determinada ofensiva sobre o mundo dos mortais.
“As guerras em âmbito mundial não bastaram para matar a esperança do homem, nem mesmo para deter o movimento de renovação de ideias, o qual, ante nosso propósito, representa a ameaça mais perigosa que já surgiu neste planeta. Junto disso, não podemos ignorar que o período de juízo deste mundo está em pleno andamento. É forçoso admitir a realidade infeliz: não está ao nosso alcance impedir o cumprimento da lei que, em breve, será aplicada determinando que sejamos banidos deste mundo odioso.
Outro mago foi indicado para descrever o projeto concebido nas profundezas do abismo. A aura do mago irradiou uma tonalidade roxa e raios verdes e ele continuou:
-Pessoalmente, me envolvi com certa classe de encarnados. Eles se julgam a própria personificação do bem e querem a qualquer custo um tipo de política humana que fale de valores como igualdade, da leitura que fazem do Evangelho e da piedade divina, tendo como foco o que chamaremos de justiça social. Imaginam um reino humano como uma espécie de aventura romanceada e esperam que seus representantes inaugurem um período de pacificação, pautado por gentilezas políticas e um discurso inspirado por emoções e bandeiras como tolerância, resgate da dignidade e direitos humanos. Aguardam ansiosamente pela ampliação de certas conquista de natureza social e pela concessão de mais e mais benesses de caráter humanitário. Direitos é uma palavra-chave para as pessoas nesse meio, que se comprazem em advogar as causas dos ditos pobres e oprimidos, bem como de qualquer grupo que identifiquem como vítimas do egoísmo e da ganância reinantes no mundo. Nesse contexto de santidade generalizada – pôde se escutar algo similar a um riso do mais puro sarcasmo na pequena plateia -, caríssimas autoridades satânicas, acredito que devemos aproveitar os anseios da multidão e de certa classe intelectual para lhes apresentar o nosso plano.
“Nosso objetivo é impedir o avanço das ideias espiritualizantes, é retardar ao máximo o progresso do mundo, é assegurar o controle sobre os países e os blocos de poder atualmente delineados nesta maldita Terra. Sabemos todos que é imperativo reinar de forma perene e que não há como alcançar o domínio das consciências sem lançar mão da força e da violência, de uma maneira ou de outra. Para os membros do nosso partido, essa realidade é claríssima, bem como para nossos bastiões no plano físico, aliados de longa data. Contudo, a ideia original de nossos arquitetos do pensamento político é se valer dos anseios da multidão, a fim de angariar maior número de adeptos para a nossa causa, dissimulando ao máximo nossos métodos, ao menos perante aqueles que alimentam qualquer tipo de pudor ou ilusão idealista. Ao elegermos e propagarmos objetivos nobres, segundo julgarão, aglutinaremos em torno de nossos propósitos artistas, pensadores e até religiosos e espiritualistas bem-intencionados, que defendem um reino de amor e paz na Terra, uma utopia que nos pode ser muito útil. Nossa mensagem falará à emoção, arrastará os corações, e, no caminho, desvirtuaremos a tal ponto a ética fugaz que professam e os frágeis parâmetros a os guiar que logo atingiremos um momento no qual defenderão quaisquer de nossas práticas, até as mais espúrias, bastando para isso que seja em nome da utopia e do lema que esposaram. Não terão coragem de abandoná-las ou relega-las jamais, pois não suportariam o golpe sobre o próprio Ego – afinal, são fracos e covardes como todo idealista. Caso ameacem despertar, serão refém de si mesmos, pois estarão confortavelmente acomodados nos braços da sereia que os envolveu com nosso canto irresistível. A estratégia é infalível!
“A pauta política que difundiremos trará em seu bojo valores de certa leitura da Boa Nova, do que é bondade, compaixão e amor ao próximo, de acordo com a interpretação feita por cristãos de variadas procedências e denominações, notadamente pelos desiludidos, tanto quanto por adeptos de espiritualidades pessoais, dos mais diversos matizes, que se veem como gente do bem. Assim, ganharemos quase todos, numa única jogada, uma vez que não perceberão jamais a origem real dos pensamentos insuflados e desenvolvidos por nossos aliados encarnados. Abusaremos das promessas de realização social, de direitos da cidadania, de erradicação da pobreza – nesta hora, ecoou no ambiente um riso gutural de origem indistinta. – Tudo colima nossa tática: de um lado, seduzir os “bons” por meio do discurso; de outro, alimentar a massa com migalhas, mantendo-a submissa a nossos intentos, enquanto usamos todos como aliados, sem que os suspeitem.
“Como sabemos, é necessário semear uma ideia e desenvolvê-la ao máximo, a fim de engendrar nos países-alvo um tipo de doutrina política que corresponda à nossa vontade e dê cumprimento ao nosso projeto perene de poder. Como podem notar, para ter êxito, essa filosofia de poder deve contar com entusiastas e apoiadores de diversas categorias e classes sociais entre os encarnados; ela não sobreviverá se depender exclusivamente de nossos aliados tradicionais. Espalharemos essa ideologia, não tão nova, mas, agora, revestida em nova roupagem, entre professores e educadores – classe fundamental -, bem como entre jornalistas, intelectuais e formadores de opinião, que farão cada aspecto dela ser venerado pela multidão mais esclarecida quanto pela massa arrojada na pobreza. Aliás, acentuo que o combate à pobreza, por meios inócuos ou cosméticos como a distribuição de riqueza, será uma das bandeiras fincadas em qualquer país onde nossa filosofia deverá alistar seguidores.
“Por último, é evidente que não podemos permitir que grupos adversários, por qualquer meio, do presente ou do futuro, ousem ameaçar o poder que conquistaremos de modo gradual, mas robusto. Instigaremos nossos intérpretes a serem impiedosos ao amaldiçoarem, denegrirem, deslegitimarem, difamarem, rebaixarem, caluniarem e atacarem seus inimigos, por todos os meios possíveis, e serão persuadidos a empregar a violência mais pérfida, dissimulada e inescrupulosa, porque, afinal, as atitudes estarão supostamente imbuídas da luta do bem, que eles personificam, contra o mal; dos pobres contra os ricos; dos humildes contra as elites; das vítimas contra os algozes de todas as épocas.
Tudo mostra que esse plano urdido pelas inteligências das trevas conseguiram avançar bastante no Brasil, país que é candidato a ser “o coração do mundo e a pátria do Evangelho”. Estamos dentro de movimentos de uma típica guerra espiritual. Quem não conhece essas circunstâncias pode ficar surpreso com esse aparente paradoxo que a revista Veja colocou, mas quem conhece a Verdade mais ampla está livre dessa confusão racional e tudo encontra sentido, basta saber em qual exército queremos militar, pois a essa altura não podemos ficar sobre o muro.