Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/06/2017 23h59
SENTIDO DA DECADÊNCIA

            Confesso a minha simpatia pela monarquia, depois que tive melhor informação sobre o que foi os dois períodos de reinado que houve no Brasil. Li um texto na rede whatsapp que me chamou a atenção e certa discordância, com relação ao que aconteceu com o imperador Dom Pedro II.

            A DECADÊNCIA DE SUA MAJESTADE

            França, em sua capital, Paris, no Hotel Bedford! Foi simples assim, em um modesto quarto de hotel, que um senhor alto, de cabelos e barba brancas, com seus penetrantes olhos azuis, está partindo deste mundo.

            Este senhor, deitado em sua modesta cama, está acompanhado da filha, dos netos, do genro, e de seus leais amigos brasileiros! Este senhor foi durante mais de cinquenta anos um imperador!

            Um estadista sem igual na história mundial! Deposto e exilado de sua pátria amada, sua mãe gentil, sem dinheiro, doente e viúvo.

            Já na tarde do dia 4 de dezembro, a pneumonia fatal começa a agir, e aos 35 minutos do dia 5 de dezembro de 1891, este grande homem parte deste mundo para se encontrar com o Rei dos reis!

            Depois de dedicar toda sua vida ao Brasil, seu único e simples pedido foi atendido: que colocassem um saco com terra brasileira pra ser enterrado junto com ele!

            Era a forma que ele encontrou de estar perto do seu Brasil. Já que foi banido para nunca mais voltar. Mas em janeiro de 1921 ele voltou. Seus meros e magníficos restos mortais voltaram para sua terra.

            E foram recebidos com todo o respeito dos representantes do regime que o exilou. Muitos não contiveram suas lágrimas. Tanto que relata o historiador Pedro Calmon que descreveu a cena: “Os velhos choravam. Muitos ajoelhavam-se. Todos batiam palmas. Não se distinguiam mais republicanos e monárquicos. Eram brasileiros!”.

            Ao verem o esquife de sua Majestade tocando o solo brasileiro, e dentro do esquife, junto de seu humilde corpo, o maior tesouro do imperador, um saco com terra brasileira, o Brasil republicano deu seu primeiro passo para se reconciliar com seu passado monárquico, que jamais será esquecido!

            Somente pelo teor deste texto, podemos verificar que o título é incoerente. Como é que uma pessoa com tanta hombridade, honestidade e amor à pátria a qual foi educado para cuidar, que permaneceu firme em seus compromissos morais e éticos, sem o encantamento egoísta dos bens materiais, pode ser considerado decadente? E que romanticamente, tinha ao seu lado de forma perene, muito além do tempo esperado para a decomposição do seu corpo carnal, estava a terra que ele tão singelamente pediu?

            Só posso justificar esse título se o autor considerou apenas o ponto de vista materialista, a aquisição e posse de bens materiais que se espera de um governante. Mas se considerarmos o lado positivo da vida, daquilo que é importante para o espírito evoluir na direção de Deus, veremos que o imperador teve sucesso do início ao fim da vida, apesar dos obstáculos do caminho, como traições, tentações e covardias...

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/06/2017 às 23h59