Assisti um vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=nWAclDV0asI) que aborda o conceito do Amor de acordo com os preceitos bíblicos que merece entrar neste estudo.
O maior mandamento bíblico é o Amor, mas a pergunta é: você sabe o que é o Amor? Jesus disse que o grande mandamento é: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E que não há mandamentos maior do que esses. Na verdade, você cumprindo esses dois mandamentos, você não precisa se preocupar com mais nada.
Mas como isso funciona na prática? Muitos podem pensar que amar a Deus é mais importante do que amar ao próximo. Mas a Bíblia ensina que quem não ama o seu próximo a quem ver, não pode amar a Deus a quem não ver.
O livro de Gálatas diz que toda a Lei se cumpre em uma só palavra: “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Por isso, se você estava pensando que era possível amar a Deus sem amar aquela pessoa que você não suporta, é porque provavelmente a sua ideia sobre Amor está errada. E se sua ideia sobre Amor está errada, fica muito difícil cumprir o principal mandamento da Bíblia.
O Amor que nós conhecemos de uma forma geral, que nós vemos nos filmes, ouvimos histórias, quase sempre envolve sentimentos, envolve desejo, envolve gostar, mas não é esse o Amor do mandamento.
O Amor com o qual nós devemos amar ao próximo, é o mesmo Amor com o qual Deus nos amou, como disse João, se Deus assim nos amou, nós devemos amar uns aos outros.
Então quer dizer que existe mais de um tipo de Amor? Teoricamente não, o problema é que nosso idioma utiliza a palavra amor de uma forma muito genérica. Então, no nosso idioma, diferente do hebraico e do grego, sim, existe mais de um tipo de amor. Na verdade quatro.
O primeiro é conhecido como o amor de amizade e ele é baseado na afinidade, naquilo que você tem em comum com uma pessoa, você gosta da pessoa que supostamente também gosta de você. Na verdade, esse tipo de amor depende disso. Se não for recíproco ele acaba. É um amor que depende das circunstâncias. E por que não pode ser esse o amor com o qual Deus nos amou? Porque Cristo morreu em nosso favor quando nós ainda éramos pecadores, ou seja, nesse momento nós éramos inimigos de Deus. Sendo assim, não pode ser um amor de amizade.
O segundo amor é conhecido como o amor familiar e ele é muito parecido com o amor de amizade, porque também é um sentimento. Porém é um sentimento de compromisso, quando uma pessoa faz parte da sua vida, e normalmente você não escolhe por quem você vai ter esse tipo de sentimento. Mas é algo que supostamente deve crescer à medida que você convive com a pessoa. Por isso geralmente temos esse tipo de sentimento por amigos de infância, irmãos da igreja e principalmente por familiares. Mesmo assim é um amor que aumenta ou diminui conforme ele é correspondido. E por que não pode ser esse tipo de amor pelo qual Deus nos amou? Porque a Bíblia diz que nós só passamos a fazer parte da família de Deus quando nós entregamos nossa vida a Jesus Cristo. É nesse momento que nós nos tornamos filhos de Deus por adoção, e Deus nos amou antes disso. E também seria impossível amar ao próximo com amor familiar, se tratando de uma pessoa que você não conhece.
O terceiro, é o amor que envolve paixão geralmente baseado na atração física e no desejo sexual, é um amor que tem um aspecto mais egocêntrico, você ama uma pessoa pelo prazer que ela lhe proporciona, é um amor que você quer tomar posse de alguém, e isso pode acontecer mesmo sem o contato físico. É esse tipo de sentimento que Jesus disse ser possível cometer adultério com uma pessoa somente com o olhar, através do desejo. E por que não pode ser esse tipo de amor? Porque mesmo que a gente deixe de lado o aspecto sexual e olhe apenas para o lado da paixão, da empolgação e da satisfação, ainda assim não pode ser esse tipo de amor, pois Deus não tem satisfação alguma naquele que peca. Agora a pergunta é, esses sentimentos amorosos são ruins? Depende do contexto. Depende tanto da motivação como da pessoa por quem está tendo esse tipo de sentimento. No relacionamento de um casal, por exemplo, eles são fundamentais, aliás, esses três tipos de sentimentos se não forem identificados e respeitados... primeiro a amizade, depois o compromisso, e só depois o sexo, a chance de você se casar com uma pessoa com a qual você não tem amizade e nem compromisso é muito grande. Mas esse é outro assunto.
O nosso foco agora é falar do amor com o qual Deus nos amou, o verdadeiro amor. Esse Amor não é um impulso de sentimentos e nem se dá somente com aqueles com quem se tem afinidade. É um Amor Incondicional, ou seja, não importa se a pessoa merece ou não, é uma decisão seguida de uma atitude. É fazer algo em favor de alguém, e não sentir algo por alguém. O Amor perfeito é imparcial, não faz acepção de pessoas, mas busca oportunidade de fazer o bem a todos, principalmente por aqueles que compartilham desse mesmo Amor. Por isso é que amar e gostar são coisas distintas, mesmo que você não goste de alguém, você pode agir em favor dessa pessoa. É fazer por ela o que você gostaria o que ela fizesse por você. É se colocar no lugar da pessoa. Isso é amar ao próximo, é abandonar a mentira e falar a verdade, não se preocupar apenas em agradar a pessoa, mas fazendo algo para o bem dela. E aí, tem um problema: como saber o que é bom para alguém? Afinal, nós podemos pensar que o que é bom pra nós nem sempre é bom para a outra pessoa. De fato, é difícil saber o que realmente uma pessoa precisa, por mais que você conheça a pessoa. Muitas vezes você vai achar que está fazendo o bem para alguém quando na verdade você está prejudicando essa pessoa. Mas a questão é que quando você conhece o amor de Deus, você sabe exatamente o que essa pessoa precisa. Ela precisa conhecer esse Amor. É aqui que mora os grandes segredos desse Amor. Nós não temos condições de revelar esse Amor pra ninguém. Ele é revelado por Deus através do Espírito Santo. O nosso papel é apenas mostrar onde se encontra essa revelação. Isso é possível com apenas um versículo: “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho unigênito para que todo aquele que nEle crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.” Deus manifestou o Seu Amor, enviando Seu filho unigênito ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que esse fosse salvo por meio dEle.
Nós olhando para esse versículo, nós vemos que Deus deu Seu único filho. Foi uma ação, e a motivação desse Amor foi salvar o homem da condenação, e dar ao homem a vida eterna. Nisto nós conhecemos o que é Amor. Jesus Cristo deu sua vida por nós, e não existe Amor maior do que aquele que dá a sua vida em favor de alguém. A revelação do Amor de Deus está em Jesus Cristo.
A Bíblia diz em 1 João, nosso está o Amor. Não é que nós tenhamos amado a Deus, mas que Ele nos amou e enviou Seu filho como pagamento pelos nossos pecados. Só é possível amar a Deus quando nós entendemos a intensidade e a profundidade desse Amor. Quando nós entregamos nossa vida a Jesus Cristo, esse Amor é derramado em nossos corações.
A Bíblia diz que nesse momento nós nascemos de novo, nascemos de Deus, e como a essência de Deus é o Amor, somente quem nasce de Deus pode amá-lo e também amar ao próximo.
E aqui vai um outro grande segredo desse Amor, a obediência. Muitos entendem a obediência como algo pesado que Deus ama, mas exige obediência. Na verdade, não tem como separar Amor de obediência, pois a obediência aos mandamentos é a prática do Amor. Quem anda em Amor permanece em Deus. Quem anda em Amor não tem medo, porque todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que obedecem a Deus.
Tudo que você fizer pelo próximo que o aproxime de Deus, qualquer comportamento ou atitude sua que revele Jesus Cristo que é a salvação eterna, é o que de melhor você pode fazer por ele, e consequentemente por você. Afinal, isso é obediência, e como a prática do Amor envolve comunhão com pessoas é aí que entra a necessidade de viver como igreja. Não há como andar em Amor caminhando sozinho, e isso é Amor. É fazer o bem sem esperar ser aplaudido por isso, é continuar fazendo o bem mesmo quando você só recebe o mal em troca, é não ter inveja nem guardar rancor das pessoas, não se achar superior aos outros, não agir somente em benefício próprio, não se irritar facilmente, não ter alegria no que é injusto, mas se alegrar com a verdade. O Amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O que Jesus sofreu, como ele sofreu e porque Ele sofreu, nos mostra que amar é negar a si mesmo em favor do próximo, independente de quem o próximo seja.