A Política é uma atividade humana das mais nobres. É a ciência da governança de um Estado ou Nação e também uma arte de negociação para compartilhar interesses particulares com foco no bem geral. É importante que o bem geral não seja prejudicado pelo bem particular, de indivíduos ou grupos. Isso termina sendo difícil de ser aplicado, pois as pessoas com instrução suficiente para praticar os princípios políticos, não tem força moral suficiente para resistir as tentações de desviar os esforços da coletividade em benefício próprio.
As lições que o Mestre Jesus veio trazer para nós, sobre o Amor Incondicional, para mostrar o caminho da ética e da moral, no sentido de amar ao próximo como a si mesmo, ensina o caminho para a prática da política na sua essência.
Mas, tanto os princípios políticos como as lições cristãs foram distorcidas ao longo do tempo, dos 2000 anos de sua exposição, desde o excelso sacrifício do ilustre Mestre. Hoje, com a reativação dos princípios cristãos através dos ensinos dos próprios espíritos, codificados por Allan Kardec, temos a oportunidade de praticar a política sem deteriorações de enfoque filosófico.
A palestra do psicólogo junguiano Djalma Argollo, fala com propriedade da condição do Espírita, daquele que quer seguir os ensinamentos dos espíritos e portanto seguir as lições de Jesus, quando este também tem vocação política. Alguns limites essa pessoa espírita deve ter em mente quando se dispuser a fazer também o trabalho político. Uma das questões cruciais é não encarar qualquer meio para atingir os objetivos. Mesmo que o objetivo seja benéfico, esteja dentro das lições do Cristo e daquilo que Deus espera de nós, se usamos métodos não cristãos para os alcançar, perdemos a nossa condição de executar a ação do Bem, estamos com nossa história contaminada. A mentira, tão comum nos embates políticos, nas promessas feitas com a consciência de que não pode ser realizada, ou que não traz benefícios coletivos uma ação benéfica, mas dirigida a indivíduos ou alguns grupos, é uma forma dessa contaminação.
O espírita pode e deve ser um político, se tiver essa vocação, mas não deve formar no Congresso uma bancada espírita, como observamos em outras religiões, ou procurar se eleger com os votos dos seus confrades, com o objetivo de defender os seus interesses exclusivos em detrimento da coletividade. Também não pode defender ou compactuar com as falcatruas desenvolvidas por seu partido, deve ter a coragem de pedir o afastamento desse partido quando for comprovado uma irregularidade pela justiça e o mal feito não for corrigido de imediato.
O novo estilo do espírita fazer política já foi demonstrado por pessoas da estirpe do médico Bezerra de Menezes, entre outros, mas esses exemplos não vemos mais ocorrer nos dias atuais. Mesmo que nunca tenha ouvido falar do Movimento Espírita, pode até mesmo ser ateu, mas se tem um comportamento íntegro, é um homem de Bem, não se envolve em atos ilícitos nem apoia quem os faça, este pode ser considerado um cristão, um filho de Deus.