Apesar de críticas que recebo sobre a forma que explico do meu relacionamento com Deus, que Ele “fala” comigo constantemente, se mostra nos fenômenos da Natureza, me orienta e até me pune quando mereço corrigir meus caminhos, minha meta e meus pensamentos, sinto que cada vez mais se aprofunda essa sensação. Ontem, dia 29, tive uma forte sensação que Ele me chamava para uma nova tarefa que deve complementar minha atual vivência nesta terra. Deverá me levar a um destino que deve me consumir materialmente, assim como aconteceu com tantos espíritos que seguiram a Sua vontade, principalmente Jesus.
Ontem fui à casa de uma amiga de posse do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, pois os seus filhos, gêmeos, sexo masculino, adultos e marombados por atividades em academia, estavam se digladiando por motivos fúteis, dentro de casa, à socos e pontapés, pintando de sangue as paredes da sala e destruindo os móveis ao alcance. Percebi a angústia dela e combinei em passar no final da tarde para fazer o “Evangelho no Lar” junto com eles. Não foi possível, pois um deles não quis conversar, e o outro, apesar de ter aceito, não mostrou interesse em vir para a reunião. Combinei então com sua mãe que poderia atendê-los individualmente quando assim eles sentissem a necessidade, pois eu estaria à disposição.
Então, no dia seguinte, ao dirigir pela manhã para o trabalho, refletindo sobre o caso, percebi o chamado de Deus para uma nova missão e a intuição de ver no livro, o texto que eu havia marcado para fazer o “Evangelho no Lar”: capítulo XII, Amai os vossos inimigos, e primeira parte, Retribuir o mal com o bem.
Fazendo a leitura, agora com o foco que o Pai colocou na minha consciência, vou transcrever os trechos sublinhados que acredito irão fazer parte, com rigor, da nova tarefa que aceitei, apesar de pedir amparo para as minhas dificuldades intrínsecas: preguiça, medo, covardia...
“Amai os vossos inimigos; fazei o bem ao que vos odeiam e amai pelos que vos perseguem e caluniam”.
“Vossa justiça deve ser mais abundante que a dos escribas e fariseus”.
“Fazei bem a todos e auxiliai sem esperar coisa alguma”.
“Sede bom para os ingratos e até para o maus”.
“Sede cheios de misericórdia, como cheio de misericórdia é o vosso Deus”.
“Não tenha para com o seu inimigo a ternura que dispensa a um irmão ou amigo”.
“Não deposite confiança numa pessoa sabendo que esta lhe quer mal”.
“Não tenha com a pessoa expansões de amizade, sabendo-a capaz de abusar dessa atitude”.
“Não pode sentir estar com um inimigo, prazer igual ao que sente na companhia de um amigo”.
“Obedecer a lei física da assimilação e de repulsão dos fluidos; o pensamento malévolo determina uma corrente fluídica que impressiona penosamente – o pensamento benévolo nos envolve num agradável eflúvio”.
“Não dê no coração, assim ao amigo, como ao inimigo, o mesmo lugar”.
“Amar os inimigos é não lhes guardar ódio, nem rancor, nem desejos de vingança; é perdoar-lhes sem pensamento oculto e sem condições, o mal que nos causem; é não opor nenhum obstáculo à reconciliação com eles; é desejar-lhes o bem, e não o mal; é experimentar júbilo, em vez de pesar, com o bem que lhes advenha; é socorre-los, apresentando-se a ocasião; é abster-se, quer por palavras, quer por atos, de tudo que os possa prejudicar; é retribuir-lhes sempre o mal com o bem, sem a intenção de os humilhar”.
Este é o roteiro que deverei cumprir na nova tarefa que deverei implementar e que deverá gerar inúmeros adversários ao meu redor. Não sei porque o Pai resolveu me dar tamanha incumbência, eu não me sinto devidamente preparado, mas não posso discutir isso com Ele. Sei que Ele sonda os meus pensamentos, sentimentos e comportamento, e sei que quando o trabalhador está preparado a tarefa aparece. Talvez as minhas dúvidas repousem sobre as fragilidades que eu possuo, mas confio nEle tanto quanto Ele confia em mim, e que Ele pode me dar as forças necessárias para vencer esses obstáculos.