Não existe queda ou pecado, erro ou mal. Mas nós criamos a culpa, o remorso, a punição. Existem duas coisas no Universo: vitória e aprendizado. O inferno ou o umbral é o resultado do nosso sentimento de culpa e não da punição divina.
Há uma diferença entre a lei divina, que tudo cobra para tudo dar certo e o Evangelho que representa a misericórdia. Então, a lei é a Justiça e o Evangelho a misericórdia. A lei diz, faz! Te ordena. O Evangelho diz, está feito, estou fazendo o que posso. Olhe a diferença. A Lei te cobra, o Evangelho te liberta. Posso dizer, estou fazendo, mas não estou pronto ainda. Então a Justiça vem, e se te encontra trabalhando, vai dando oportunidade para você se recompor. Então, queda, pecado, erro ou mal, isso foi invenção da religião, porque, sem o pecado, sem o erro e sem o mal, não tem porque existir religião no mundo. Certa feita eu estava numa cidade na Europa, passeando, depois de um período de trabalho em Portugal, e eu vi uma frase na cidade de Salamanca, que era de um bar: “O doce sabor do pecado”. Assim que você entrava tinha outra mensagem escrita: “A força do pecado é que sustenta religião”. Se você acabar com o pecado da gula, você não vai dar sustento para religião. Portanto, peque para que os religiosos existam. É uma filosofia deles lá, mas eu estou só trazendo isso para falar o que? O que dá força para existir todo esse clero, essa hierarquia? O pecado. Mas, no universo isso não existe. Existe só vitória e aprendizado. Não existe erro ou acerto, pecado ou virtude. Nós traduzimos isso no nosso linguajar porque no estágio atual aonde nos encontramos, muita gente, muitas comunidades ainda se sentem necessitadas de alguém para ditar normas, de uma lei que impinja, que ela possa ser respeitada, de uma lei que se alguém a desrespeitar, seja punido. Muita gente sai do erro com medo do inferno e da punição. Veja o que ocorre na maior parte das igrejas neopentecostais. Por que elas estão cheias? Porque a força do Diabo é muito grande. Fala-se muito mais no inferno, no Diabo, no Inimigo, do que em Deus, do que na vivência cristã e tudo que é positivo. E, por medo, pela religião do medo, isso faz com que as pessoas saiam do pecado. Mas é um grupo de pessoas que promovem isso, mas o universo não é dessa forma. Nós não precisamos sofrer para pagar. A única moeda de troca no universo chama-se Amor. Nós estamos, ou em aprendizado ou em estágio de vitória. Nós criamos a culpa, o remorso. E toda a culpa produz a autopunição. Significa que eu vou forjar o meu ambiente externo de acordo com as minhas crenças, de acordo com o meu mundo interno. Eu posso estar sentado aqui, eu posso estar gravando aqui junto com a equipe técnica, posso estar no Inferno, e posso estar no Céu, embora o ambiente seja o mesmo. Porque o que determina isso é a minha culpa, o meu remorso que produz punição, a minha crença, que eu estou errado, que eu sou pecador e que eu mereço sofrer. E aí não tem quem vá convencer o contrário, porque você formatou a sua mente, o corpo mental superior fica formatado num processo que se chama de auto hipnose ou monoideísmo, ideia fixa, uma ideia gravitante, negativa, que se fixa e o corpo mental registra isso de maneira que você só veja em torno de si a desgraça, a dor e o sofrimento. E isso é o que determina o estágio de sofrimento no umbral. Muitas vezes não é o que você fez, mas o que você acredita a partir do que você fez. O inferno ou umbral é apenas o resultado do nosso sentimento de culpa e não da punição divina, porque não existe essa punição. Acho que a maioria de vocês já sabem isso, mas talvez não tenham pensado tão detalhadamente. Por que nós precisamos muito de terapia? Muita gente diz: eu não preciso de terapia, de terapeuta, porque eu já vou assistir ao Evangelho. Vai assistir o Evangelho escrito por espíritos que eram ex-católicos, interpretado por dirigente espíritas mal resolvidos, que não tem conhecimento de Bíblia, não tem conhecimento de evangelho, não sabe como a doutrina espírita foi feita, não sabe os objetivos de Kardec, e interpretam para te prender dentro do Centro. Precisamos de terapia, sim, até para entender a nossa relação espiritual com os mentores, com os obsessores... Esses dias eu tive ajuda imensa de um obsessor. Ele veio falar certas verdades comigo. Doeram durante cinco minutos, depois eu comecei a dar razão a ele e anotei tudo. Não é que o desgraçado tem razão? Meu mentor não ia falar isso comigo, iria passar a mão na cabeça. Ai eu passei a ser amigo dele. Ele ficou com raiva de mim, porque eu não fiquei com raiva dele. “Você não vai achar ruim isso não?” Não! Você tem razão! ... Você só está me ajudando fazer a revisão de minha vida, e me ajudou. O confronto com ele foram duas horas e meia de bate-papo, de conversa ácida. Mas eu falo assim, obsessor não precisa inventar, ele fala a verdade. Na verdade ele amplifica a coisa, mas ele não inventa. Então, eu peguei aquilo ali que ele trouxe para mim, e reformei uma série de coisas na minha vida a partir do que ele falou. Porque as minhas crenças anteriores, eu suponha que estavam equivocadas. As vezes a gente precisa ouvir isso, foi um processo terapêutico e isso foi determinante para mudar a minha atitude.