Fui por muito tempo filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT), dirigido por Leonel Brizola. Tive oportunidade de entrar no Partido dos Trabalhadores (PT) que estava sendo formado na ocasião que eu estava procurando filiar-me a algum partido. Eu acabava de terminar o meu curso de medicina, começava a clinicar, e percebi que o trabalho somente em consultório não levaria a um resultado consistente, era como se eu estivesse enxugando gelo, tratando as doenças que a sociedade provocava. O trabalho político eu via como mais importante para ter uma ação mais eficácia na resolução dos problemas da população. Percebi que o PT que estava em gestação tinha uma proposta muito radical, considerava os políticos que caiam em qualquer contradição, pessoas que precisavam ser punidas e expurgadas da vivência pública. Eu entendia que todos que se mostrassem arrependidos dos erros cometidos e quisessem fazer um trabalho honesto, mereciam uma chance. Essa forma de pensar no coletivo das pessoas que construíam o PT e que destoava dos meus pensamentos e convicções, foi o que fez eu me filiar ao PDT e desistir do PT, mesmo que ele estivesse surgindo nas universidades.
Passei a trabalhar como médico e fazer a militância política, fui dirigente do PDT, e fui candidato a diversos cargos, vereador, deputado estadual, federal e até vice-governador, sempre com o lema da Dignidade Humana. Vi que a minha forma de trabalhar politicamente, dentro da coerência e da ética, não possibilitaria a minha eleição, eu não daria prioridade aos meios para alcançar os fins.
Deixei o partido e pensei que havia deixado a política. Passei a investir maior tempo ao estudo e a prática dos assuntos espirituais. Fiquei mais sintonizado com Deus, percebia as suas mensagens e entendi que nós, que o consideramos como Pai, devemos fazer a Sua vontade quando assim surgir em nossas consciências.
Foi assim que passei a praticar a lei do Amor Incondicional em minha vida, da forma que entendi, com toda coerência e honestidade. Isso me fez afastar da cultura atual da minha comunidade, principalmente com relação aos relacionamentos afetivos.
Nos últimos dias comecei a perceber que o Pai tinha outra missão para mim, mais complexa e dentro das atividades políticas. Percebi que todo o meu treinamento até o momento, com as atividades políticas, com o Amor Incondicional, tudo foi uma preparação para essa última ação que deverá consumir a minha atual existência. Devido a sua complexidade não tenho uma ideia definida de como será procedida, sei apenas que o Pai está no comando e dEle surgirá as instruções e os caminhos que eu já decidi seguir para cumprir a Sua vontade.
Ontem tive um sonho que deve ter sido resquícios de orientações sobre essa missão que recebi no mundo espiritual por ocasião do sono.
Estava andando pelas ruelas de Ceará-Mirim, pedindo ajuda as pessoas que se mostravam na sua totalidade amistosas. Procuravam ajudar, mas não conseguia encontrar essa rua central, na qual eu poderia me orientar para encontrar o meu objetivo. Cheguei a entrar dentro de uma igreja que estava superlotada. Fiquei em pé no corredor junto com diversas pessoas na mesma situação. Logo veio uma solicitação para todos que estavam no corredor sair da igreja, pois estavam dificultando o trabalho do padre na missa. Também havia a possibilidade de envolvimento sexual com pessoas dessa localidade, mas a oportunidade não surgiu.
Interpretei esse sonho como orientações das dificuldades e facilidades dessa missão política que eu estava recebendo. Facilidade no contato com as comunidades que eu deverei interagir, mas dificuldade de focar no objetivo, com as possibilidades sexuais que devem surgir, mas que deverei evitar para não prejudicar o desenvolvimento da missão.
Portanto, considero-me de volta à política, mesmo que não esteja tão preocupado em seguir com rigor os estatutos partidários, e sim a vontade do Pai que para mim agora é majoritária e definitiva.