Geralmente sentimos uma revolta surda quando tentamos aconselhar positivamente a alguém de nossa estima e essa pessoa não aceita a nossa ajuda; nossos argumentos podem ser cheios de argumentos e lógica, mas a pessoa, por mais íntima que seja, permanece distanciada, caminhando para a ruína.
Isso faz a gente refletir... antes, quando nossa compreensão espiritual estava voltada somente para nós, tínhamos o desejo de renovação segura e estável, que oferecesse uma base à paz interior com confiança em Deus. Depois, esclarecido melhor quanto o nosso dever frente à vontade de Deus, clareado por convicções mais felizes e eficazes, passamos a desejar expor e esclarecer ao nosso próximo, facultando oportunidades venturosas aos que estimamos. Essa mudança de perspectiva do individual para o próximo, para o coletivo, é que pode nos levar a agir mal, a nos deixar consumir pela inquietação e rebeldia, por causa de quem não atenta para o bem que queremos promover.
É importante que saibamos, que o solo improdutivo torna-se calcinado e infeliz; que a nascente fraca que não se liga ao rio desaparece. A corrente d’água que desconsidera as contribuições das margens, desdenha o seu valor, candidata-se ao desaparecimento; da mesma forma, a presunção e rebeldia do jovem já é uma característica da infelicidade que mais tarde irá emergir.
O tempo e a semeadura são importantes para o agricultor que quer ter uma boa safra. Da mesma forma deve ser o nosso comportamento no meio dos relacionamentos. Se temos a condição de semear palavras úteis, progressivas, devemos ter também o critério de escolher qual o melhor momento de fazer isso. Sempre há uma ocasião mais favorável para a semeadura e mesmo que as sementes ainda não alcance o solo fértil apropriado, não podemos ficar irritados, em qualquer circunstância. Quanto mais aproveitarmos a ocasião certa para a semeadura, mais estaremos prevenindo os arroubos de irritabilidade que possamos ter pela infertilidade do solo. Por mais que nossa cólera seja coberta da verdade, no nosso entendimento, jamais ela será a “cólera divina” que imaginamos, porque ela é simplesmente humana, não é a verdade absoluta.
Quem deseja ajudar no despertamento das almas ignorantes, trabalha criando ambientes de luz, reconhecendo que o tempo é o grande professor dos desatentos. É contra produtivo querermos que todos que nos escutam entendam com segurança o que queremos ensinar ou aconselhar. O próprio Mestre Jesus não foi ouvido por aqueles a quem muito amou. Os evangelhos mostram que mesmo aqueles que conviveram com eles durante os três anos de sua missão, atestavam conhece-lo pouco. Mas o Mestre compreendia que quem não o recebia já estava punido e deles se apiedava.
Desdenhar a luz do Cristo e fugir da contribuição valorosa que Ele nos trouxe é candidatura certa para a enfermidade e a morte. Os que desprezam o valor das palavras de vida empalidecem as possibilidades de redenção e liberdade real. O próprio Evangelho deixou o registro que o Cristo, com toda a aura divina que lhe acompanhava, não foi bem recebido pelo seu povo.
Apesar dessas dificuldades, da perseguição que Ele sempre estava sofrendo, nunca deixou de atender em qualquer lugar, nos antros mais sórdidos, até as mesas mais opulentas, não importava se O convidavam para se beneficiar da Sua fama ou porque queriam conhece-lo melhor.
Observamos na trajetória do Mestre, que Ele nunca reclamou com quem não o queria, não o escutava, não o recebia. É esta conduta que devemos aprender com Ele, pois os que agora não podem avançar conosco, virão depois. Devemos propiciar-lhes terrenos e seguir em frente, abrindo rotas de segurança entre as dificuldade.
O valor da mensagem que conduzimos, com a doação da nossa própria vida, é um tesouro que antes mais nada, nos enriquece espiritualmente com a luz do discernimento sobre a verdade que cada vez mais se amplia em nossa mente. Seremos emissários da paciência e da paz, sem deixar campo para crescer as sombras da revolta ou da ira.