É costume em algumas instituições ou agrupamentos religiosos a mudança do nome da pessoa quando ela ingressa ali. Pode ser criticado por alguns que considera que a pessoa deve ser fiel ao nome que recebeu dos seus pais até o fim da existência.
Não comungo com essas críticas, considero que a mudança do nome que a pessoa aceita como tal dar um novo direcionamento à sua vida que o antigo não dava. Tenho como exemplo máximo o papa da religião católica. Por mais que ele esteja sintonizado com os ensinamentos cristãos, quando ele assume a direção do cristianismo no Vaticano, também assume um novo nome que fortalecerá as suas intenções no novo direcionamento que dará à sua vida. É o exemplo do Papa Francisco, que pretende dar na sua nova missão os exemplos da vida de São Francisco de Assis.
Dessa forma é que considero pertinente que as pessoas, dentro ou fora de agremiações religiosas, possam assumir um novo nome com a intenção de tentar colocar em prática o que esse nome sugere.
No meu caso, eu senti essa necessidade com o meu próprio nome, como no caso de Saulo de Tarso, que apenas mudou uma letra do seu nome original, de Saulo para Paulo. Eu apenas sinto a necessidade de migrar do Rodrigues, assumido quando entrei no serviço militar, pelo qual sou amplamente conhecido, para Francisco, meu nome de batismo.
Quando menor, eu era chamado por diversos nomes pelos familiares e amigos. Minha avó materna, a qual me criou desde os cinco anos de idade, me chamava por Francisquinho, e os demais parentes que moravam em Macau, onde eu vivia com minha avó em um bairro e a minha mãe em outro bairro, chamavam-me da mesma forma com um pouco de redução: Fransquinho. Os amigos da escola, por me acharem parecido com um personagem dos filmes, colocaram a alcunha de Dr. Satã.
Já os meus parentes que moravam em Areia Branca, com o meu pai e minha avó paterna, chamavam-se de Titico. Talvez devido a separação dos meus pais desde a minha idade de cinco anos, que saí do convívio e da presença deles, tenham perdido o sentido do meu nome original e ficou na memória apenas esse nome, Titico, que aproximava do real.
Ao sair de Macau para Natal, para servir ao serviço militar, assumi o nome pelo qual me designavam, Rodrigues, o meu sobrenome. Passei a assumi-lo em todos os momentos, no círculo de amizades, na família, na academia e na política, e isso fez com que todos me chamassem assim, inclusive meus parentes, com exceção daqueles de Areia Branca, que continuaram a me chamar de Titico.
Atualmente, com o aprofundamento dos estudos e da vivência espiritual, sinto cada vez mais a necessidade de migração do nome Rodrigues para Francisco. Entendo que o nome Rodrigues está mais associado à vida mundana, materialista, dos interesses egoístas, e quero uma separação lenta e gradativa dessa situação. Por esse motivo, o nome Francisco, que me foi dado por uma necessidade espiritual, o nome de um santo que procurou seguir os ensinamentos do Cristo com toda a força e honestidade, deixando de lado a sua vida mundana e materialista que praticava na cidade de Assis, na Itália, traz para mim um forte apelo.
Já informo as pessoas que vejo pela primeira vez que o meu nome é Francisco, identifico os meus livros com o nome de Francisco, e procuro aplicar cada vez mais os princípios espirituais acima dos princípios materialistas, segundo a intuição de fazer a vontade de Deus e seguir as lições do Mestre Jesus quanto à prática do Amor Incondicional.