Cumprindo a orientação feita na aula 02 do curso dos Guardiões, irei desenvolver o planejamento da três áreas: profissional, espiritual e pessoal.
Você tem, por escrito, um planejamento da sua vida profissional, espiritual e pessoal?
Iniciarei pelo relato da vida profissional.
A minha vida profissional teve seu início meio confuso a partir da adolescência. Vivia dentro dos meus sonhos um tanto afastado da realidade, dentro de um ficcionismo e romantismo. Mesmo assim tinha os pés sentados na realidade. Trabalhava muito ajudando a minha avó, arrumando a casa, vendendo produtos dentro de um quiosque ou numa cigarreira que eu levava sempre para a frente do cinema. Também levava galões de água nas casas vizinhas. Foi com a idade de 18 anos, com minha ida para o serviço militar obrigatório, a Marinha do Brasil, que comecei a dar objetividade. Dentro do quartel tive a oportunidade de focar nos estudos, o que não acontecia tanto quando eu morava em Macau, pois estava muito envolvido com revistas em quadrinhos. Durante o curso de Aprendiz de Marinheiro consegui ficar em oitavo lugar, e os 10 primeiros podia escolher em qual setor da Marinha iria servir. Escolhi ir para o Hospital Naval de Natal e como sabia datilografia, fiquei trabalhando no escritório do Hospital, como escrevente, apesar da minha turma ter sido classificada para o serviço de taifa, onde os cursos oferecidos era de cozinheiro, arrumador e barbeiro. Tinha que optar por um desses e optei por ser barbeiro. Mas eu não queria uma profissão tão simples assim e procurei estudar e tentar passar nos concursos que apareciam. Tentei o curso de Sargentos do Exército e o de Oficiais das Agulhas Negras, sem sucesso. Tentei, junto com meu irmão Roberto, o vestibular para o curso de medicina. Tanto eu como ele ficamos na segunda opção, no curso de Biologia. Iniciamos o curso, mas no ano seguinte fizemos nova tentativa para Medicina, eu consegui entrar e ele ficou outra vez na segunda opção, Odontologia. Assim comecei o curso de Medicina com a intenção de fazer a especialidade de Neurologia, pois eu era encantado com o trabalho dos neurônios. Estagiei como monitor na disciplina de Fisiologia e terminei fazendo os cursos de especialização, mestrado e doutorado na área de Psicofarmacologia. Foi aí que se deu a minha aproximação com a Psiquiatria. Tive a orientação da minha tese por uma psiquiatra da Escola Paulista de Medicina, atual UNIFESP, a Dra. Maria Helena Calil. Consegui entrar para trabalhar no Governo do Estado do Rio Grande do Norte, no Hospital João Machado, como Psiquiatra, e cheguei a ser diretor geral deste hospital durante dois anos. Passei no concurso para professor da UFRN na disciplina de Fisiologia, mas como o meu trabalho de pesquisa, nesse momento muito próximo da dependência química e dos trabalhos de Alcoólicos Anônimos, ficou difícil, pois o laboratório de ratos como quais eu trabalhava, passou a ser preterido em favor dos saguis, com os quais eu não tinha afinidade, resolvi aceitar a proposta de transferência para o Hospital Onofre Lopes, para o Departamento de Medicina Clínica (DMC), na Disciplina de Psiquiatria. Por sugestão dos colegas, criei dentro do DMC a disciplina opcional Medicina, Saúde e Espiritualidade, preferencialmente para os alunos da área da saúde, especialmente medicina, mas que poderia matricular alunos de outros cursos e/ou adotar alunos ouvintes. Passei a fazer o consultório de psiquiatria, acompanhar pacientes internados na Casa de Saúde Natal (que se transformou em Hospital Professor Severino Lopes, nome do meu saudoso professor, tanto na prática quanto na teoria). Fui convidado para trabalhar em Caicó, inicialmente como único psiquiatra do Hospital Psiquiátrico do Seridó que tinha entrado em processo de intervenção, e posteriormente continuei a trabalhar pela prefeitura, atendendo uma vez aos sábados cerca de 30 pacientes. No Hospital João Machado passei a assumir o serviço de perícia médica, um convênio realizado com o Hospital e o Tribunal de Justiça, através da Governadoria. Passei a ser referência nessa área. Cheguei também a dirigir a Associação Norte-rio-grandense de Psiquiatria por doía anos, oportunidade que presidi uma das “Jornada Norte-Nordeste” com o apoio da Associação Brasileira de Psiquiatria, na pessoa do seu presidente, Dr. Brasil. Fui convidado pela FUNPEC para fazer perícias em Natal e no interior, de interesse do Ministério Público. Portanto, atualmente desempenho as seguintes atividades profissionais: 1) Professor da disciplina de Psiquiatria e da disciplina opcional de Medicina Saúde e Espiritualidade da UFRN na condição de Professor Colaborador II; 2) Psiquiatra no HJM, responsável pela perícia médica, em processo de aposentadoria; 3) Consultório na Unimed nas terças e quintas feiras; 4) Consultório particular na Fisiocenter nas sextas-feiras; 5) Consultório particular nas quartas feiras no Harmony Center; 6) Visita médica aos pacientes internados no Hospital Severino Lopes às sextas-feiras; 7) Consultas e perícias domiciliares de acordo com a disponibilidade; 8) Atendimento psiquiátrico aos sábados em Caicó-RN pela Prefeitura Municipal; e 9) Atendimentos por cortesia em casos de urgência e a quem não pode pagar, a partir das 9h das sextas feiras no Hospital Severino Lopes.