A história humana registra a preocupação que sempre houve com os mortos, como as pirâmides do Egito, o Livro dos Mortos (considerado o primeiro livro da humanidade), a Divina Comédia, um ensaio sobre o destino das almas que passam para o mundo espiritual, além das cerimônias e colóquios que se estendem até os dias atuais.
Com a vinda de Jesus, os mortos deixam a condição de passividade, de ficarem esperando dentro de um túmulo, no céu, inferno ou purgatório, para assumirem a condição de espíritos imortais. Os próprios discípulos testemunharam o Mestre falando com o espírito de Moisés e o de Elias, Maria Madalena tentou tocá-lo pela primeira vez quando ele acabara de sair do túmulo, dois discípulos caminharam com seu espirito pela estrada de Emaús; Ele permitiu que o incrédulo Tomé tocasse em suas mãos perfuradas como prova que Ele estava ali novamente, até a ascensão do seu espirito deixando a promessa que voltaria o Consolador e que Ele estaria no meio de nós sempre que precisássemos.
A vinda do Consolador passou a ser considerada com a chegada dos ensinamentos feitos pelos próprios espíritos e codificado por Allan Kardec, como atestado eloquente da imortalidade do espírito. A morte e o nascimento são apenas veículos para mudança de dimensões e de favorecimento à aprendizagem. Os livros que compõem o pentateuco espírita (O Livro dos Espíritos, O Evangelho segundo o Espiritismo, O livro dos Médiuns, A Gênese, e O Céu e o Inferno), os livros de Emmanuel (como “Há dois mil anos”) e de André Luiz (como “Nosso Lar”) são provas irrefutáveis da realidade do mundo espiritual e da sua importância no mundo material.
Agora, nem todos que vivem na carne estão vivos, nem todos que são considerados mortos estão mortos. Alguns vivem, mas poucos estão vivos para a vida.
O que isso significa? Significa que muitos que estão vivos na carne, estão hipnotizados na sua condição material e relacionamentos perniciosos, que levam consigo essas informações para o mundo astral e de lá retornam com elas, continuando a viver na Terra uma eterna hipnose. Estão mortos para a vida espiritual!
Por outro lado, alguns que passaram para o mundo espiritual, que consideramos como mortos, continuam a trabalhar com afinco no mundo astral e contribuem valorosamente com nossa aprendizagem, para sairmos das trevas da ignorância.
São muitos os que estão mortos no corpo físico, não importa a condição em que são encontrados, como pode demonstrar o estudo do eneagrama das diversas personalidades.
Os vivos que se comportam como mortos estão cadaverizados pelo egoísmo, mumificados pelo orgulho, corruptores da moralidade, hipnotizados pelo prazer, aprisionados pela indignidade, torporizados pelo gozo animal, abraçados à cobiça e apodrecidos no ócio.
Os mortos que se comportam como vivos levantam as bases da sociedade, como as obras de Allan Kardec (codificação das respostas de diversos espíritos elevados) e de Emmanuel psicografadas por Chico Xavier (Pão Nosso; Caminho, Verdade e Vida; Fonte de Luz; Paulo e Estêvão; etc.); amam e retornam ao cativeiro da carne para que suas vozes falem sobre a vida (como Madre Tereza, que dizia “não espere por líderes, faça você mesmo, sozinho, pessoa por pessoa); sofrem e voltam para anunciar as surpresas do Mundo Espiritual (como André Luiz que escreveu 13 livros, através da psicografia de Chico Xavier, falando sobre a realidade do mundo espiritual e como se relaciona com o mundo material); trabalham e distendem braços incorpóreos na direção da ignorância alheia (como Joana de Ângelis que patrocina este estudo com a sua mente experiente e solidária); ou dilatam o Reino de Amor e de Benignidade nos corações e nos espíritos (como Bezerra de Menezes, que deixou de ir para mundos superiores e permanece voluntariamente na atmosfera pesada Terra no intuito de nos ajudar).
Podemos assim concluir que temos mortos e Mortos. Mortos com M maiúsculo estão mortos e ausentes, estão ao nosso lado por toda parte, encarnados e desencarnados, por isso nem sempre os vemos, e mesmo falando conosco não os escutamos. Os mortos com m minúsculo, estão vivos e atuantes, também estão ao nosso lado por toda a parte, vemos com os olhos da alma, falam conosco por diversos meios, diretos ou indiretos, e quando sintonizamos, os escutamos. Por isso, examinemos de perto essas instruções usando a luz do discernimento.
É hora de refletir... Como agimos? Que pretendemos? Como vivemos? Se somos do grupo que caminhamos para a vida, não nos detenhamos no charco das lamentações, não paremos no poço escuro da revolta e arrebentemos as algemas da culpa por nossos erros, praticando o refazimento harmônico.
Lembremos mais uma vez da lição poderosa de Jesus para quem deseja seguir em direção ao Pai: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Aproveitemos a oportunidade e sejamos instrumentos desses “mortos” diligentes, que procuram seguir as lições de Jesus, em quem cremos, amamos, e que nos fala a mensagem valiosa, traduzida, explicada, exemplificada, para que nós, depois da morte do corpo físico, sejamos também como eles, um desse incansáveis “mortos”.