Atendendo a convite para entrevista na TV União sobre a importância da espiritualidade na saúde mental, foram encaminhadas as seguintes perguntas que poderão ser respondidas da seguinte forma:
- Qual a importância da espiritualidade na saúde mental? Os princípios espirituais associados ao Amor, que é a essência divina, é de grande importância na resolução de diversos problemas psicológicos, como a raiva, ressentimento, desejo de vingança, inveja, etc.
- Qualquer religião promove a saúde mental? Sim, desde que pratique o Amor em sua essência e não se envolva com dogmas recheados de preconceitos, intolerância, rivalidade que joga um ser humano contra o outro.
- Os motivos espirituais podem ser incluídos na psicoterapia? Sim, desde que seja aplicada na essência do Amor e independente de qual fonte ela flua, católica, protestante, budista, hinduísta, etc.
- Toda forma de psicoterapia inclui a espiritualidade? Sim, pois o objetivo das psicoterapias é corrigir desvios cognitivos que deixam a pessoa presa a sentimentos negativos, como baixa-autoestima, ressentimentos, medos, pensamentos obsessivos, etc.
- Os fenômenos espirituais podem ser confundidos com psicopatias? Sim, a percepção do mundo espiritual por pessoas sensíveis, pode levar a confusão com sintomas psicóticos gerados por desequilíbrios da função neuroquímica.
- O paciente que percebe os fenômenos espirituais podem ser confundidos com portadores de psicopatias? Sim, para o leigo e mesmo para o médico sem formação na área espiritual, os fenômenos psíquicos tem origem apenas nos distúrbios neuroquímicos com necessidade apenas de correção farmacológica.
- Os medicamentos usados interferem nos sintomas mentais e nas experiências espirituais? Sim, tanto os sintomas mentais quanto as experiências espirituais dependem do funcionamento cerebral. Acontece que os sintomas mentais decorrem de alterações na bioquímica neuronal e necessitam de correção farmacológica, enquanto as percepções espirituais acontecem no cérebro íntegro, apenas sensível para o mundo espiritual. Não necessita de correção farmacológica, mas o uso de medicamentos pode intervir também nessa sensibilidade. Portanto, a doença mental e as sensações espirituais são sensíveis aos efeitos dos psicofármacos, porém a terapêutica pode ser conveniente no primeiro caso e inconveniente no segundo caso.
- O psiquiatra pode distinguir sintomas psicóticos de experiências espirituais? Sim, desde que esteja atento para essa fenomenologia espiritual, mesmo que ele, psiquiatra, não tenha qualquer sensibilidade de perceber esse mundo espiritual, mas tem o conhecimento dele e como ele interage com o mundo material.
- O tratamento por eletroconvulsoterapia (ECT) interfere positivamente no controle das psicoses e nos distúrbios espirituais? Sim. No controle das psicoses, quando a doença atinge um estágio onde os medicamentos não conseguem mais atingir os seus efeitos, quando dizemos que há refratariedade ao tratamento, a ECT se mostra competente para descarregar as funções neuroquímicas de forma total e imediata, permitindo que o órgão volte a funcionar em bases mais fisiológicas, como acontece com o coração, quando entra em fibrilação e necessita também de uma descarga energética para faze-lo voltar a funcionar fisiologicamente. No caso dos distúrbios espirituais, que geralmente são devidos a influências obsessivas, o choque elétrico serve para afastar compulsoriamente essas influências.
- Como deve proceder uma pessoa que tem um parente com perturbação mental e queira saber se é doença mental ou influência espiritual? Deve procurar um profissional que tenha conhecimento do mundo espiritual, não necessariamente religioso, que possa avaliar a possível gênese da perturbação e fazer a melhor condução.
Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/10/2017 às 00h59