Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
10/11/2017 08h52
DIMENSÕES DA VERDADE (25) – PESSOAS, OPINIÕES E NÓS

            Podes refletir... por que tantas aflições, lamentos, angústias, ingratidões, vindas de quem menos se esperava? Podes murmurar... até quando as pessoas manterão opiniões injustas e rigorosas contra ti? Sentindo-se ferido podes concluir na intimidade... como são impiedosas as pessoas que me combatem! Nem sequer procuram saber se agi como afirmam que agi. Dentro de lances tão doloridos podes verificar... mudaram de opinião os meus amigos, com a mesma rapidez que formularam opiniões anteriores. Lastimas, humilhado, monologando... estou expulso do afeto de tantas pessoas e torturado pela opinião de quem tanto amo! Sofrido... ainda acalentas uma união imediata com quem tanto ama, esquecendo que a recuperação de uma enfermidade exige tempo que faculta o refazimento e a adaptação. Sentes como espinho... lâmina cravada nos tecidos da alma, aceito como necessário, mas que provoca purgação. Absorves assim... o ópio da ingratidão na taça da amargura e segues a opinião deles como se fosses não o que és, mas o que eles dizem.

            Reflitas melhor... o que és? És o que vives intimamente na consciência. Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.

            És oportunidade em ti mesmo, e, como diz o provérbio chinês – Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada, e a oportunidade perdida.

            Lembremos das grandes personalidades como Estêvão, que aceitou a oportunidade do Evangelho e transmitiu aos outros, mesmo sob a ameaça de morte, como de fato aconteceu; do próprio Paulo, que depois de perceber o erro que estava cometendo, aceitou a oportunidade que o Cristo lhe deu e se tornou o grande divulgador do cristianismo pelo mundo afora; de São Francisco de Assis, que aceitou a oportunidade de servir a Deus com modéstia e pobreza, e deixou para trás a riqueza e o orgulho da família abastada; de São Vicente de Paula que aproveitou a oportunidade de fazer a caridade e se tornou o Pai dos Pobres da França sitiada; de Tommaso Campanella, que mesmo preso durante 27 anos, teve a oportunidade de produzir uma vasta obra literária, sendo a principal A Cidade do Sol; de Jan Huss que teve a oportunidade de fortalecer a fé mesmo com a ameaça que se concretizou de ser queimado vivo; de Bernard Palissy, protestante, preso e morto na Bastilha, mas que teve oportunidade de deixar uma grande obra na paleontologia; e Paracelso, que vivia sem amigos e cheio de amarguras, mas teve a oportunidade de deixar a cultura hermética, a chave da alquimia, fundando a bioquímica e reformando o medicamento.

            Temos inúmeros exemplos de apóstolos e mártires, heróis da fé e filósofos, cientistas e pensadores de alto gabarito beberam a taça de excrementos da impiedade das pessoas, sofrendo-lhes as opiniões deprimentes, fiéis, no entanto, a eles mesmos e aos ideais que os sustentavam.

            A conduta evangélica é para nós a grande oportunidade de desenvolver o nosso roteiro evolutivo, desenvolver os talentos que Deus nos deu, cada qual à sua maneira, mesmo que nos tornemos alvos das deficiências humanas, com suas opiniões, críticas e ataques. Reconhecer que nós, encarnados e desencarnados, decididos a cumprir as orientações do Mestre, iremos ser atacados e menosprezados. Não nos aflijamos! Sigamos mesmo assim o Caminho, Verdade e a Vida que nos foi oferecido como oportunidade. Fomos convocados a função de carta-viva, expressando em atos a mensagem de luz que conduzimos, esquecendo imposições e desditas por imposição da própria tarefa.

            Lembremos sempre do Mestre que desconsiderou a negatividade de pessoas e opiniões do tempo que esteve na Terra. Ateve-se sempre ao desempenho do dever sublime de amar e servir. Convidava não apenas os que eram tidos como puros e nobres, e de todos conhecidos pelo valor que apresentavam. Convocava principalmente aqueles que, se arrependendo do mal praticado, ao ingressarem nas fileiras do Evangelho, promoveria alegria no Reino dos Céus.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/11/2017 às 08h52