O Brasil apresenta uma história interessante. País que está programado para ser o “Coração do mundo e pátria do Evangelho” não possui uma verdadeira democracia, daquela que permite que os cidadãos conscientes escolham o melhor candidato para conduzir a gestão pública.
Desde o tempo de Colônia isso já era observado. Foi necessária a impulsividade de um príncipe regente para a iniciativa de nossa independência dos laços de Portugal. Feito imperador, conduziu os interesses da nova nação de forma conveniente, principalmente o seu filho, que se tornou o segundo imperador, Dom Pedro II.
Infelizmente, num dia como hoje, 15 de novembro, ocorria um golpe militar sem a consciência crítica do povo sobre o que estava acontecendo, e isso para o benefício das elites. O marechal que conduziu o golpe militar, Deodoro da Fonseca, se tornou o primeiro presidente após a proclamação da República.
Agora, “todos os cidadãos” possuíam a oportunidade de alcançarem o cargo máximo da nação, a presidência. Podiam fazer os mais diversos conchavos, de preferência acima da ética e da moral, sem a vigilância de um monarca que fosse educado exclusivamente para isso.
Fica também claro que a chance do cidadão alcançar tão alto posto, passa pela educação e oportunidade. Não podemos imaginar que as pessoas que vivem miseravelmente nos grotões de miséria espalhados em todas as regiões do país tenham as mesmas oportunidades de quem está cursando regularmente numa escola, principalmente aqueles que estão em escolas mais preparadas e tem por trás de si uma genética política ou financeira para catalisar seu destino.
Apesar de oportunidades tão diferentes, são essas mesmas oportunidade que podem levar uma pessoa de um antro de miséria para a cadeira de presidente. Observamos isso acontecer nas últimas eleições presidenciais, com um metalúrgico saído da miséria das condições de vida no Nordeste. Aprendeu os macetes de ação e negociação dentro de um sindicato e manipulando os interesses de um partido político pelo poder, o PT, agia sistematicamente contra tudo e todos que fosse obstáculo, com a falsa proposta de ética e combate à corrupção, favorecido por um regime militar que acusavam de impeditivo para a liberdade democrática.
O objetivo foi alcançado, a presidência da República foi atingida, e teve início a mais perversa e deletéria ação que um grupo político pode fazer a uma nação. Na condição de gestor do estado, esse partido se tornou logo o maior corruptor. Agora, as instituições democráticas, a justiça, o parlamento, as universidades, as ONGs, os miseráveis, todos foram “devidamente beneficiados” como uma espécie de catarata da visão política, onde ninguém pudesse perceber a sangria que estava acontecendo dentro da nação, que não tinha mais a vigilância de um Monarca.
Felizmente, tivemos a sorte de um ramo não contaminado da Justiça ter pego um segmento dessa rede corruptora, que caracterizava uma Organização Criminosa, e ter criado uma força tarefa chamada Lavajato para seguir a trilha da corrupção.
Portanto, hoje, 15 de novembro, data mantida para o elogio da República, o regime que permite tanta força para a corrupção. Isso tudo sem a maioria dos brasileiros saberem da importância do Regime Monárquico que aconteceu no passado, e não sabem que perdemos essa condição por causa de um golpe militar que mantém até hoje os seus efeitos deletérios. Nossa democracia não consegue alcançar o jogo desses interesses políticos que se perpetuam no poder, amparados pela filosofia da República que para essa se realizar plenamente, necessitaria de homens íntegros que conseguissem resistir as tentações do poder quanto à corrupção.
Por esses motivos acredito que, os cidadãos que já alcançaram por esforço próprio esse grau de conscientização, já que as escolas estão manipuladas pelo poder para não deixar essa verdade aparecer, sentem que vivem num regime de ditadura atenuada, onde os grupos se perpetuam no poder, se locupletam do esforço público, e cada eleição, paga regiamente pelo bolso dos cidadãos, que eles saibam ou não, mantem as mesmas pessoas, grupos ou interesses nas cúpulas do poder.
Estamos muito distante de alcançar essa condição espiritual que nos foi designada, de “Coração do mundo e pátria do Evangelho”, mesmo porque teria um feitio mais próximo do Reino de Deus como Jesus anunciou, e talvez isso passe pela restauração da Monarquia, como condição “sine qua non”.