O coração não sabe falar, por isso não devo me preocupar, em dizer o nome da pessoa por quem choro... também ele não sabe pensar, só sabe sentir. A mente é quem se faz de intrometida, quer saber o nome da pessoa, por onde anda, o que faz, com quem está... se por acaso se lembra de mim...
Não, aconselho, não deixa a boca dizer o que a mente pensa que o coração sente. Não são as lágrimas quentes que banham meu rosto, motivo suficiente para a mente, detetive, querer descobrir a culpada...
Não existe culpadas... existem também pessoas que sofrem e talvez mais do que eu, por não ter sido pra elas o que elas esperavam de mim...
Fui ferido pelas palavras de acusações? Pelas ameaças? Pelas decepções jogadas no meu rosto? Até mesmo por momentos de pura agressividade, de violência, de atacar o meu corpo com unhas, dentes e tapas?
Não posso considerar meus carrascos como torturadores sem piedade, pois ao fazerem isso elas sofriam por dentro as mais intensas dores... dores no coração!
Assim como Átila deixava um rastro de destruição por onde passava, que nenhum capim nascia nos rastros do seu cavalo, também deixo um rastro de corações destroçados por quem penetro nos sentimentos, que nenhuma esperança deixo nos corações que ficam sozinhos.
E esta é minha natureza. Não posso deixar de agir assim enquanto sentir bater o coração, enquanto ele dirigir minhas motivações, enquanto ele perceber em cada pessoa que Deus envia o que existe de bondade e como cultivar os bons sentimentos, como um jardineiro responsável por diversos jardins, que não pode ficar exclusivamente para um somente.
Sei que o Pai enviará outras pessoas para que eu cultive o coração com as flores do Amor, mesmo que mais adiante quando elas tiverem radiantes e mais exigentes de atenção, eu tenha que cuidar de outras e não tenha todo o tempo disponível.
As dores de sofrer por minha ausência provoca também em mim as minhas lágrimas, mas como eu poderei dizer por quem seja? Quem no passado? Quem no futuro? Não posso individualizar...
Não posso dizer por quem choro!