31-12-2017
A igreja clássico do pensamento do Cristo, divide o ano em diversas etapas que lembram todo o roteiro percorrido por Jesus, quando estava entre nós, cumprindo a missão que o Pai lhe confiou.
O ano litúrgico comemora o próprio Cristo em movimento no tempo e no espaço, a dar continuidade à sua obra educativa. Cada mistério da vida do Cristo implica diretamente em nossas vidas e em nosso destino final de filhos de Deus.
Nos ritmos do tempo, o ritmo diário acompanha o sol, símbolo do Cristo. É feita a memória de Jesus nas horas do dia. De manhã o sol evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De tarde, o sol poente evoca a morte, na esperança da ressurreição. De noite celebramos, em espera vigilante, a volta do Senhor
O ritmo semanal é marcado pelo domingo. Este é o primeiro dia da semana que é chamado dia do Senhor. Tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, e por isso deve ser tido como o principal dia de festa.
O ritmo anual é composto basicamente de três tempos: Páscoa, Natal e Comum. O Ciclo Pascal é precedido pelos 40 dias da Quaresma, como preparação. Tem um forte relacionamento com os 40 anos de peregrinação do povo hebreu rumo à Terra Prometida; os 40 dias de jejum total de Moisés no Monte Sinai se preparando para receber a Lei da Aliança; os 40 dias em que Elias seguia a caminho do Monte Horeb, fugindo da perseguição; e o retiro de Jesus no deserto, onde passa 40 dias e noites em jejum, se preparando para sua vida pública. A Quaresma é o tempo que precede e predispõe à celebração da Páscoa. Tempo de escuta da palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer com mais frequência às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum, a caridade.
Páscoa é “Deus que passa”, é o mistério de sua passagem pela Terra e pela existência humana a fim de proporcionar a passagem da morte para a vida plena, da perdição do pecado para a salvação. Compreende os 50 dias entre o domingo da Páscoa da Ressurreição e o domingo de Pentecostes.
O Ciclo do Natal é iniciado pelo Tempo do Advento, formado por quatro domingos. É um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do filho mais perfeito de Deus entre os homens. O Tempo do Natal vai das vésperas do Natal até a festa do Batismo do Senhor. Comemoramos o nascimento do Mestre e celebramos “a troca de dons entre o Céu e a Terra”, pedindo que possamos participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade. O verbo feito homem é a luz que nos leva ao conhecimento de Deus.
O Tempo Comum são 33 ou 34 semanas em que evocamos o mistério de Cristo em sua plenitude; o que Cristo fez e disse para nossa salvação, sua pregação e os sinais, sua morte e ressurreição.
Dessa forma a Igreja Católica faz um loteamento de todo o ano, com seus rituais comemorativos, mesmo que em alguns deles, como o Natal, tenha havido uma composição com os ritos pagãos. É uma forma inteligente, mesmo que para alguns pareça muito repetitiva, de introduzir em nossas mentes a importância do Evangelho e do cumprimento de suas verdades. Isso não quer dizer que tenhamos que ser católicos para evoluir em direção ao Pai, mas, para muitos, esse tipo de ritual ainda é necessário.