Vem da mitologia uma informação que podemos adaptar para os tempos modernos: o fio de Ariadne. Da mitologia grega estudamos que Ariadne, era filha de Minos, rei de Creta, governante cruel que dominou Atenas com mão de ferro. Ele exigia que todo ano sete rapazes e sete moças atenienses fossem oferecidos em sacrifício ao Minotauro. O monstro mítico, com cabeça de touro e corpo de homem, era mantido por Minos num labirinto complexo do qual ninguém conseguia sair com vida. Contudo, um jovem de nome Teseu, filho do rei Egeu e de Etra, infiltrou-se entre os que seriam sacrificados, com o fito de matar o Minotauro. Já em Creta, Ariadne apaixonou-se por Teseu. Para que o moço ateniense fugisse do labirinto após matar a besta, ela lhe deu um novelo de linha que ele desenrolou ao embrenhar-se na toca do monstro. Após destruí-lo, Teseu e Ariadne fugiram, mas a princesa foi deixada por ele na ilha de Naxos, onde mais tarde ela se casou com Dionísio, o deus do vinho.
Nós estamos também dentro de um labirinto de emoções e pensamentos com base no egoísmo, onde ninguém consegue uma forma de escapar e terminamos todos morrendo sem ver a luz.
Como descobrir entre nós este fio de Ariadne, que nós, como Teseu, podemos utilizar para sair do labirinto após a morte da besta?
Este fio deve ser composto pelos mais distintos pensadores existentes atualmente na Terra, gente de bom coração presente em todas as religiões, em todas as cátedras, em todos os púlpitos, em todas as varas, distritos, municípios, estados...
Se essas pessoas forem devidamente conectadas, informadas de suas importâncias nesse projeto de canalização para sairmos das trevas da ignorância para a luz do discernimento, da Verdade, podemos ter uma grande chance de vencer o monstro do Egoísmo e reencaminhar o nosso país para ser o “Coração do mundo e a Pátria do Evangelho”.
Mas, como fazer essa conexão? Parece que estamos tão distantes! Muitas vezes não sabemos nem o que a pessoa de boa vontade, que convive ao nosso lado está fazendo... ficamos satisfeitos quando observamos uma ação de boa vontade sendo praticada aqui ou alhures, mas fica apensa nesse contexto, não há uma tentativa prática de fazer essa conexão.
O fio de Ariadne está aqui ao nosso alcance, eu também posso me considerar um dos elos dessa corrente, mas até agora não dei nenhum passo neste sentido, a não ser elaborar esse texto com essa orientação.
A dificuldade maior para nós do que pareceu a Teseu, é que o monstro dele, o Minotauro estava dentro de um labirinto externo onde ele podia matar a besta e sair através do fio como aconteceu na história. Porém, o nosso monstro reside dentro de nós, o Egoísmo, e as vezes, mesmo praticando boas ações, esse Egoísmo não nos deixa partilhar com o outro o sucesso de nossas ações.
Tudo termina na aplicação das lições do Mestre Jesus: se quisermos vencer o Egoísmo e formar o Fio de Ariadne, temos que limpar o nosso coração de todo o Egoísmo e estar apto a ser um cidadão do Reino de Deus.