Continuamos a reproduzir a entrevista de Luis de Orleans e Bragança iniciada neste diário em 13-01-2018, para nossa reflexão:
Qual é a posição da família real neste momento?
A restauração monárquica não está nem em pauta. É um movimento social. É o povo se levantando e a família dizendo: “Ok, estamos aqui, sabe? Estamos à disposição. Não precisamos ir à Brasília para fazer nosso ativismo, para ser relevante à sociedade brasileira”. D. João VI, D. Pedro I, Leopoldina, D. Pedro II e Princesa Isabel: se a história deles não tivesse sido positiva para o Brasil e para a sociedade brasileira, hoje eu não estaria aqui falando com você. Conheço famílias que eram de ex-reinantes tirânicos que não podem nem entrar no país dos seus antepassados. Portanto, tudo que a gente pode representar são essas duas coisas: a proteção daquilo que é a “nação-estado” brasileiro e proteção da sociedade brasileira. Protegendo esses dois, que são o legado da família, a gente está no caminho certo. Tenho feito palestras por todo o Brasil e você vê que os caras não aguentam mais. Não aguentam Brasília, olham Brasília como uma interferência de fora na vida deles.
Para nós brasileiros que não conhecemos a verdadeira história brasileira, e sim os conhecimentos que nos são oferecidos truncados pelos interesses subalternos dos dirigentes, é difícil criar uma massa popular operante capaz de restaurar aquilo de bom que perdemos.
Por outro lado, a família real, conhecedora de toda a história, mas ilhada dentro das circunstâncias pelas forças políticas na sua quase totalidade infectada pelo vírus da corrupção, assim como a maior parte da população, com o seu famigerado “jeitinho brasileiro”, torna-se incapacitada para um ativismo mais significativo.
Assim, parece que o primeiro passo mais importante para nos movimentat em direção à verdade e restaurar o que perdemos, seja a criação de um Partido Monarquista Nacional, com o objetivo de criar e organizar a militância monarquista em todos os estados brasileiros, divulgar os fatos que aconteceram dentro de uma narrativa mais próxima da verdade, sem o viés republicano que observamos hoje.