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16/01/2018 10h23
LUIS DE BRAGANÇA, ENTREVISTA (4) - OLIGARQUIAS

            Você defende no seu livro que a proclamação da República atendeu a interesses de oligarquias econômicas e políticas daquela época. Acreditaria que ela poderia se dar de outro jeito?

            Só pode se dar por interesses oligárquicos. Não havia apoio na sociedade se fosse somente um golpe de Estado dos militares. Os oligarcas poderiam muito bem defender a Monarquia, pois tinham poder para fazer uma grande revolta, financiar uma volta à Monarquia, mas não, financiaram justamente o estabelecimento da República. É difícil fugir dessa questão de legitimidade. O Brasil vai ter que rever isso, porque, de fato, o crescimento da causa é fundamental. É só você raspar a história que vai ver que, historicamente, não foi avanço nenhum. O que teve foi morte nos meses seguintes. Estado de sítio em todos governos eleitos, queda de “per capita”, economia travada, derrocada completa da nossa Marinha mercante. Como é que isso é avanço nessa narrativa republicana?

            Este é um dilema difícil de sairmos dele: a formação de oligarquias econômicas e financeiras. Muitos oligarcas tem uma origem humilde, mas quando conseguem acumular o suficiente para se manterem, comprando facilidades e pagando por segurança, a tendência é que se perca o sentido de generosidade para com o povo que proporcionou a chegar à condição de oligarca e atuar com o máximo de inteligência e perversidade para se manter e consolidar cada vez mais essa condição. O povo passa a ser simplesmente massa de manobra e bucha de canhão para eles e para outros aventureiros com igual ideal de se tornar um oligarca através da revolução.

            Por esse motivo, quando observamos as grandes dificuldades de sobrevivência de determinada nação, com tantos oligarcas perversos mantendo um sistema de vampirismo, sem nenhum indício de generosidade, nossa tendência humana é de nos aliarmos aos aventureiros revolucionários que denunciam essa situação e prometem colocar o poder a serviço do povo, do proletariado. Mesmo que a situação a curto ou médio prazo se torne muito pior da que existia antes, como aconteceu com a Rússia comunista, precursora de todos esses movimentos comunistas que ameaçam hoje a nossa estabilidade financeira e política, como acontece hoje na Venezuela.

            Como sair dessa situação precária, dessa espada de Dâmocles, que pende sobre nossas cabeças? Principalmente dos políticos envolvidos em corrupção, interessados em criarem suas próprias oligarquias, quer sejam políticas ou financeiras?

            Essa espada também pende sobre nossas cabeças, pois podemos nos tornar uma nova Venezuela, tendo em vista que o diretório principal dessa frente devastadora de socialismo e comunismo se localizava em nosso país, com o nome de Foro de São Paulo, e conseguiu desviar muito do nosso esforço para a criação e manutenção dessas ideologias além de nossas fronteiras.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 16/01/2018 às 10h23