Você não foi atrás dos ditos pensadores do Brasil para responder à pergunta que dá título ao livro. Os três considerados, digo: Sérgio Buarque, Caio Prado Jr. e Gilberto Freire. Também foi uma escolha?
Primeiro que sou assim. Eu tenho minhas opiniões. Não achava que existia um pensamento de Estado do Brasil condizente com aquilo que eu estava observando. O que eu estava observando era material. É a primeira vez na minha vida que eu faço ativismo político: eu quero mudar coisas, eu que fiz o projeto de recall, fomos lá no Senado, protocolamos, fiz o projeto de voto distrital, também fomos lá e protocolamos, o projeto de referendo popular a mesma coisa. Tudo em benefício da sociedade. O pensamento de Estado brasileiro hoje não existe. É tudo Estado dominante, Estado dominante... Eu já vi que tenho de mandar para o lixo qualquer pensador político brasileiro porque, de fato, eles não são materiais. Eles não respondem o Estado que temos hoje. Me desvinculei de todos os pensadores brasileiros. Fui por observação do que temos hoje, histórica e comparativa. Quais países desenvolvidos hoje têm o modelo igual ao brasileiro? Nenhum. Muitos dos desenvolvidos hoje tinham os problemas que a gente tem. Isso que dá empolgação. Eram países que caíram no Comunismo, que tinham centralismo total. Deu errado e aí adotaram liberalismo econômico e político, e hoje são desenvolvidos. Estão aí com IDH superalto. Nós não somos limitados como povo, hoje em dia, no que eu viajo pelo Ocidente, entre Europa, EUA e um pouquinho de América Latina, incluindo Argentina, o brasileiro é muito melhor. Muito mais em sintonia com as novidades, muito mais ávido por tecnologia, muito mais comunicativo. É melhor do que muitos países da Europa. Vai falar que brasileiro é pior do que um espanhol ou que um italiano em termos de mobilização política e econômica? Pelo amor de Deus! Aquilo ali está 50 anos atrás do Brasil.
Vejo uma realidade no que foi dito. Uma espécie de unanimidade de opiniões, levantando fatos, às vezes de formas distorcidas para consolidar o que se quer fazer acreditar. Se isso é feito de forma inocente, porque o pensador, acadêmico ou cientista não conseguiu enxergar a essência da verdade, estamos todos envolvidos dentro da ignorância da verdade. Mas se o autor do pensamento, sabe que está construindo uma narrativa falsa, para enganar e se beneficiar do erro dos outros, então essa maldade será corrigida mais cedo ou mais, aqui ou alhures, afinal, nada do que é feito com maldade ou com bondade fica sem consequências... é a lei do retorno, o carma... colhemos o que plantamos, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória: essa é a lei!