Continuando o preâmbulo para nossa reflexão (em negrito) ...
Se é uma realidade que vivemos um momento de crise, num campo de batalha espiritual cujo palco são a nação e o próprio planeta, por outro lado, saibamos ter compaixão, perseverar e nos unir em torno de um pacto nacional regido pelo condão de promover auxílio. Não desistamos de ser bons somente porque os maus proliferam ao redor. Tenhamos coragem de lutar pela justiça e pelo bem, mesmo que os lobos estejam, neste momento, arregimentando-se em derradeiros golpes, movidos pelos mais profundos desatinos.
Aqui no Brasil, felizmente não chagamos ao ponto tão doloroso quanto acontece na Venezuela. Aqui tivemos sorte de termos um juiz comprometido com o seu dever e com a nação, de arrastar à luz da Verdade muitos daqueles que espoliavam a nação em busca da consolidação do poder pessoal e ideológico.
A nação brasileira tem a missão futura de levar ao mundo uma ideia mais clara a respeito de conceitos como amor, fraternidade, bondade e civilidade. Contudo, o Brasil é uma nação jovem no cenário do mundo, que ainda vive a fase de adolescência em face de outras nações mais antigas. Outros povos, na época em que tinham essa mesma idade, viveram períodos muitíssimos conturbados e experimentaram revoluções incomuns, muitas vezes com repercussões desumanas para sua população. Apesar do rastro de dor e de amargura, muitos deles conseguiram superar tais situações mediante a união de forças, embora não sem dor ou desgaste de cidadãos e governantes.
Ninguém é perfeito. Caso os que detém o poder logrem fazer tão somente bem feito, já convém nos dar por satisfeitos. Se porventura conseguirem se unir os opostos e se fortificar em torno um pacto abrangente em prol da nação, que leve em conta a necessidade do povo e o fato de que o país é mais importante do que suas facções, mais ainda terão condições de superar a crise vigente.
Esta união não é fácil, apenas entre governantes e governados. Observamos que nas diversas classes sociais existe uma disputa por poder e recursos. Colocamos como exemplos a área legislativa e a jurídica. Todos com salários que extrapolam em muito o que ganham os simples trabalhadores. Um pacto feito com o foco no interesse da nação, teria que necessariamente rever esses salários muitas vezes abusivos, sendo criada uma matriz salarial com base na Justiça e não em mordomias.
Que a lei se cumpra para todos, no entanto, digladiarem-se uns contra os outros, trocarem acusações de parte a parte, reduzindo tudo a mero jogo de poder, não nos levará a nada. A nau soçobra, e, portanto, é fundamental unir as forças, unir as habilidades, unir as possibilidades de cada lado, de cada partido, de cada cidadão; urge que cada qual dê o melhor de si e se pronuncie publicamente em favor da nação, e não em favor de si próprio ou de idealismos que só beneficiam a quem deseja o poder a todo custo. Sabendo que atravessamos um momento de crise, em meio a uma tempestade avassaladora, é crucial dar as mãos e formar um feixe de varas, unidos no propósito de fazer o Brasil superar esse momento e prosseguir na construção do seu futuro. Do contrário, cabe indagar até onde a dor, a calamidade, o caos e a insensatez terão de chegar para que a busca pela solução ganhe lugar de destaque, à frente de disputas, querelas e divergências?
A fogueira das vaidades alimentada pelo oxigênio do egoísmo é quem prevalece, ainda, acima de todas as dificuldades que passa a nação. Observamos os detentores de cargos públicos elevados todo esforço de garantir para si, sua família e amigos, as benesses de salários vultosos acompanhados de mordomias escandalosas, enquanto o povo passa dificuldades e até fome, por falta de salários. Como podemos atingir o coração duro desse povo perverso, que muitos se dizem cristãos, e não demonstram o pingo de solidariedade e amor que o Cristo ensinou ser a condição de ser reconhecido como cristão? Parece que ainda teremos que passar por muita dor e calamidade antes dessa consciência solidária chegar.