Unir-se não implica abandonar os próprios ideais ou a perspectiva sobre a situação, a vida e as forças que concorrem nos bastidores deste histórico de desafios. Unir-se, significa, diante da crise que afeta a todos, calar temporariamente as dissidências, os discursos inflamados e os pontos de discórdia, no intuito de fortalecer a nação, que neste momento precisa do melhor de cada um, do melhor de cada lado, independentemente das particularidades defendidas por este ou aquele. Acima dos partidos, das corporações e das facções está o povo, a nação, a família brasileira. Portanto, conclamamos nossos irmãos, de todas as religiões e os matizes, a se unirem em oração, não importa a visão partidária e pessoal que porventura nutram – direito que assiste a cada um. Mas que não se restrinjam apenas a vibrações, pois o mal só será superado quando os realmente bons se manifestarem, expuserem-se em nome do que acreditam: enfim, quando os bons deixarem de ser tímidos ou covardes. Somente assim o bem prosperará na Terra.
Esta união proposta por José do Patrocínio é ao mesmo tempo importante e difícil de ser alcançada. Logo porque ele não fez a diferenciação dos bons (aqueles que lutam pela ética, respeito, justiça, solidariedade) e dos maus (aqueles que lutam por seus interesses individuais ou corporativos, corruptos, agressivos, intimidadores). Sem entrar num maniqueísmo (abordarei esse tema em seguida) radical, entendo que não pode haver essa união tão ampla entre os bons e os maus. Possuem projetos de vida divergentes. Mas isso não quer dizer que a união entre os bons seja uma tarefa fácil. Pensando agora nessa condição, lembro de duas amigas que tem posições políticas diferentes da minha, eu as considero pessoas boas, éticas responsáveis, solidárias, que não se deixam envolver por atos de corrupção. Mesmo assim, a minha posição política de defender a justiça e punição com a cadeia para os membros do PT e de outros partidos satélites que cometeram diversos crimes contra a nação, sinto que entra em choque com o pensamento delas. Evito falar sobre o assunto com elas, de dividir vídeos, mensagens ou áudios que ataquem as suas posições ideológicas. Mas sei que nós três somos defensores da ética, da justiça, da solidariedade humana. Essas características nos colocam entre os bons e daí ser possível a nossa união para ajudar a corrigir os erros da nação brasileira. Agora vem o mais importante: como fazer isso? Eu não posso pedir para elas deixarem de pensar como pensam; elas não podem fazer eu pensar diferente. Temos que ir em busca da incoerência de pensamentos, tanto do meu lado como do lado delas. Temos que pegar os fatos que representam a Verdade e verificar se está coerente com a realidade, se não existe manipulação dos fatos ou de suas consequências. É isto que José do Patrocínio sugere, que pessoas como nós, tenhamos capacidade de calar os pontos de discórdia enquanto não surge a condição coerente com a justiça e com a Verdade. Depois é só divulgar essa forma de raciocinar e reagir e cooptar cada vez mais pessoas boas para fazer a diferença.